terça-feira, 30 de abril de 2013

O Melhor dos Investimentos - Folha do Sul / 29.Abr.2013



O Melhor dos Investimentos

Brasilia parece estar acordando, talvez um pouco tarde, mas antes tarde do que nunca. No entanto, este despertar parece estar ainda naquele momento em que percebemos que precisamos levantar e batalhar, mas que ainda estamos voando no mundo dos sonhos. O sonho da nossa casta dirigente sempre foi que o Brasil tão sonhado por todos nós iria cair do céu, mas como no despertar, temos que levantar e batalhar para tal.
Continuamos um pais com problemas de sobra e já é um assunto bastante batido e repetido que precisamos de mais professores, mais escolas, mais universidades, mais pesquisa, enfim mais tudo que diga respeito a uma melhor inclusão cultural e no mercado de trabalho do nosso povo, não de uma parcela da população, mas de todo aquele que tendo a vontade, que possa ter a oportunidade de subir a escala social, através de trabalho, estudo e dedicação.

Para reverter uma situação que se arrasta há mais tempo que qualquer um de nós pode se lembrar, incluindo os mais velhos (mesmo com toda a mudança do perfil de idade da população), enfim para poder mudar esta armadilha histórica, é necessário que recursos sejam postos na nossa máquina educacional e que estes recursos sejam empregados com sabedoria e parcimônia. De nada adianta colocar dinheiro e este desaparecer sem que o devido fim tenha sido alcançado.

A transição tem sido lenta e dolorosa, as vezes com até um certo requinte de perversidade social. Era fato comum se dizer que Universidade Pública seria apenas para classe média, enquanto o pobre tinha que se ralar para fazer a particular. Hoje esta realidade já mudou bastante com as novas universidades e as quotas tanto raciais como de cunho econômico. O pais tem um grande passivo com as pessoas de origem mais humilde e nada mais certo que pagar esta “duplicata” com “dinheiro educacional”. Na verdade, esta é uma dívida de 5 séculos!

Além disto, pela primeira vez na história se percebe um esforço, na minha opinião ainda tímido, mas aparentemente bastante sincero no sentido de levar parte de nossa juventude universitária para passar pelo menos seis meses em universidades no exterior em programas patrocinados pelo governo federal. Isto constitui um grande progresso, mas ainda está longe de ser o ideal. Se andarmos em qualquer universidade americana ou europeia hoje, iremos ter a impressão que estamos em alguma cidade da China ou da Índia. É impressionante a quantidade de estudantes destes paises que ganham bolsas de estudo para fazerem cursos de graduação, pós graduação ou pós doutorado em contraste com um número pequeno de estudantes brasileiros. E eles são enviados para cursar TODO o curso e não um ou dois semestres. A China particularmente manda estudantes para todo o espectro educacional, de música até física atômica. A classe dirigente chinesa sabe que a maior riqueza de um pais não é seu ouro, nem diamantes, nem nada físico e contábil, mas sim algo totalmente intangível que é o seu povo em geral e sua juventude em particular.

O despertar em Brasília está sendo lento! Já deveria ter ocorrido décadas atrás. Como todo despertar, temos bocejos e a vontade de voltar a dormir. Compete à sociedade brasileira fazer bastante “barulho” para impedir esta volta ao estado letárgico que tanto danos já nos causou. Educação, e de primeira qualidade, esta sim é a bandeira que todos nós temos que abraçar para mudar o nosso pais para melhor.

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