segunda-feira, 15 de abril de 2013

Paz e Negócios - Folha do Sul / 21.Jan.2013

Paz e Negócios

Árabes e judeus. Ao se tocar neste assunto, o que vem primeiro na lembrança é a imagem de guerra e destruição, ódios e conspirações internacionais. Difícil não associar uma coisa à outra. No entanto, historicamente, o oposto foi sempre a regra. Judeus quase sempre viveram em paz nos países árabes. Alias, sempre houve muito respeito entre as duas etnias religiosas. Judeus viveram uma época de ouro no Império Árabe que se estendia da Espanha à Índia mais de mil anos atrás. Alias este era na época o maior império do mundo. Judeus e Cristãos, por serem “povos do livro” eram tratados com respeito e havia liberdade religiosa. Hebraico e árabe são línguas semíticas e muitas palavras são de origem comum, por exemplo, Shalom e Salam tem o mesmo significado: Paz.

Mesmo a religião mulçumana e a judaica tem muito em comum. Tanto árabes como judeus religiosos não comem carne de porco, tem períodos de jejum como expiação, não se permitem imagens, praticam a circuncisão nos meninos, etc. Na área não religiosa, ambos os povos geraram grandes pensadores, políticos, comerciantes, escritores, etc.

Com tanta coisa em comum, fica a pergunta: por que estamos neste ponto no Oriente Médio. Alias a pergunta certa seria: o que perdemos de negócios (e vidas) com esta situação. Os exemplos da paz com a Jordânia e com o Egito mostraram que é possível resolver estas questões sem precisar recorrer as armas que alias não resolveram coisa nenhuma em mais de um século de conflito. Verdade que se Israel conseguiu territórios em vitórias, isto não trouxe nenhum lucro a curto prazo. Muito melhor (para ambos os lados) foi ter devolvido o Sinai ao Egito, e com as garantias e o respeito do vizinho, poder se dedicar a tarefas produtivas, incluindo comércio com o mesmo Egito.

Com certeza um acordo justo e legitimo com os palestinos se faz necessário para desatar este nó histórico. A abertura do mundo árabe para Israel só irá trazer benéficos para ambos os lados, tremendas chances de comércio e progresso econômico e social se abrirão. Os elementos da diáspora judaica e palestina, que hoje convivem em paz particularmente aqui no Brasil, poderão fazer negócios e ficar em paz não apenas nas novas terras que adotaram, mas também ao visitar ou morar na Terra Santa.

O preço da guerra também é terrivel, para ambos os lados. Quantas pessoas morreram ou ficaram mutiladas ou loucas em troca de nada. Apesar da guerra continuar sendo um bom negócio para alguns (recomendo o filme “Lord of War” com Nicolas Cage), certamente não é através dela que se resolverão os problemas políticos.

A palavra Jerusalém vem de Ierushalaim, que em hebraico significa “Cidade da Paz”. Que as pessoas de boa vontade e espirito puro consigam prevalecer para que o significado de Jerusalém não fique apenas no seu nome!

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