Paz e Negócios
Árabes
e judeus. Ao se tocar neste assunto, o que vem primeiro na lembrança é a imagem
de guerra e destruição, ódios e conspirações internacionais. Difícil não
associar uma coisa à outra. No entanto, historicamente, o oposto foi sempre a
regra. Judeus quase sempre viveram em paz nos países árabes. Alias, sempre
houve muito respeito entre as duas etnias religiosas. Judeus viveram uma época
de ouro no Império Árabe que se estendia da Espanha à Índia mais de mil anos
atrás. Alias este era na época o maior império do mundo. Judeus e Cristãos, por
serem “povos do livro” eram tratados com respeito e havia liberdade religiosa.
Hebraico e árabe são línguas semíticas e muitas palavras são de origem comum,
por exemplo, Shalom e Salam tem o mesmo significado: Paz.
Mesmo
a religião mulçumana e a judaica tem muito em comum. Tanto árabes como judeus
religiosos não comem carne de porco, tem períodos de jejum como expiação, não
se permitem imagens, praticam a circuncisão nos meninos, etc. Na área não
religiosa, ambos os povos geraram grandes pensadores, políticos, comerciantes,
escritores, etc.
Com
tanta coisa em comum, fica a pergunta: por que estamos neste ponto no Oriente
Médio. Alias a pergunta certa seria: o que perdemos de negócios (e vidas) com
esta situação. Os exemplos da paz com a Jordânia e com o Egito mostraram que é
possível resolver estas questões sem precisar recorrer as armas que alias não
resolveram coisa nenhuma em mais de um século de conflito. Verdade que se
Israel conseguiu territórios em vitórias, isto não trouxe nenhum lucro a curto
prazo. Muito melhor (para ambos os lados) foi ter devolvido o Sinai ao Egito, e
com as garantias e o respeito do vizinho, poder se dedicar a tarefas produtivas,
incluindo comércio com o mesmo Egito.
Com
certeza um acordo justo e legitimo com os palestinos se faz necessário para
desatar este nó histórico. A abertura do mundo árabe para Israel só irá trazer
benéficos para ambos os lados, tremendas chances de comércio e progresso
econômico e social se abrirão. Os elementos da diáspora judaica e palestina,
que hoje convivem em paz particularmente aqui no Brasil, poderão fazer negócios
e ficar em paz não apenas nas novas terras que adotaram, mas também ao visitar
ou morar na Terra Santa.
O
preço da guerra também é terrivel, para ambos os lados. Quantas pessoas
morreram ou ficaram mutiladas ou loucas em troca de nada. Apesar da guerra
continuar sendo um bom negócio para alguns (recomendo o filme “Lord of War” com
Nicolas Cage), certamente não é através dela que se resolverão os problemas
políticos.
A
palavra Jerusalém vem de Ierushalaim, que em hebraico significa “Cidade da Paz”.
Que as pessoas de boa vontade e espirito puro consigam prevalecer para que o
significado de Jerusalém não fique apenas no seu nome!
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