terça-feira, 26 de novembro de 2013

Informação, Guttemberg e as “Tias” / Folha do Sul - 25.Novembro.2013



Informação, Guttemberg e as “Tias”

 

Os primeiros registros foram nas paredes! Paredes de cavernas foram usados desde o inicio da história humana para registro de acontecimentos. Figuras,  muitas de rara beleza, foram gravadas por todo o mundo. Aqui no Brasil temos em vários lugares registros destes homens pré-históricos, algumas datando de quase 15.000 anos atrás. No Parque Nacional Serra da Capivara, além da imperdível “pedra furada” pode-se ver vários destes desenhos. Com o desenvolver da civilização, surgiram o registro em pedra, argila, papiro, couro de certos animais e por fim papel, cujo uso começa na China em tempos imemoriais. A fabricação de papel pelo processo chinês antigo é um processo artesanal e muito interessante.
Mas a reprodução e divulgação da informação foi desde muito tempo praticamente monopólio de certas classes sociais. Nos antigos impérios tais como Egito e Meso-américa (Astecas), devido ao caráter hieroglífico da escrita, aprender a ler e escrever era algo extenuante e levava muito anos. O chinês, japonês, coreano e outras culturas mantiveram este aspecto na sua escrita até os tempos de hoje. Mas na região onde é o mar mediterrâneo surgiram simplificações, e estas simplificações nos conduziram ao alfabeto fonético tal como o conhecemos. Fenícios, hebreus, gregos, romanos, etc, praticamente o uso de uma linguagem não de um símbolo por palavra mas de símbolos representando sons se torna disseminado por estes povos e passa de geração em geração. Mesmo assim a maior parte da população continua sendo analfabeta. Mesmo a nobreza, durante grande parte da idade média, não sabe muitas vezes ler nem escrever. Este papel ficou reservado para escrivães e clérigos. E é exatamente graças ao árduo trabalho de monges que grande parte da cultura antiga foi preservada. Mas os livros eram copiados um a um, por isso um livro era carissimo e ainda destinado a apenas parte mínima da população.
O advento da imprensa com a invenção dos tipos móveis por Guttemberg no século XV mudou este panorama. Agora a informação começa a ficar disponível para todos. O próximo passo que seria pouco a pouco e demoraria séculos seria a democratização da capacidade de leitura e escrita.
Nos dias de hoje achamos natural que todos, ou pelo menos a grande maioria saiba ler e escrever. Mas precisamos nos lembrar do esforço que foi feito por educadores, muitas vezes abnegados e dedicados, para mudar este panorama. Aqui no Brasil, isto não foi nem é exceção. Nossa população, que poucas décadas atrás era em grande parte iletrada, hoje sabe pelo menos ler e escrever em um nível pelo menos razoável. Qual a alegria que temos quando vemos uma criança tirando suas primeiras palavras com pedaços de letras ou aqueles cubinhos. O papel que estes dedicados professores fizeram e fazem merece ser lembrado. O salário que recebem é muitas vezes desproporcional ao esforço e dedicação. Precisamos demais destes profissionais, que eles sejam bem remunerados. Tanto quanto uma boa universidade, precisamos também de um ensino básico de primeira qualidade para podermos ter uma população pronta para os desafios que a vida moderna apresenta para nós. Um excelente salário para os Tios e Tias, muitos dos quais são muitas vezes as nossas mais doces recordações da escola, é algo primordial para atrairmos ótimos quadros para as nossas escolas.

domingo, 10 de novembro de 2013

Relatório de Atividades - CONSUNI - 2012/2013



Relatório de Atividades – 2012 / 2013 // Professor Sérgio Meth

Minha atuação no CONSUNI - Conselho Universitário da Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA

Prezado/a Colega Professor/a,

Seguindo o meu programa de campanha, trabalhei neste meu primeiro termo no Conselho Universitário (biênio 2012-2013), inicialmente como suplente e a partir do meio deste ano (2013) como efetivo. Estive em cerca de 18 reuniões, fazendo mais de 50 intervenções significativas, sempre em prol da comunidade, parte das quais apresento abaixo (textos retirados das atas do CONSUNI):

O Vice-Reitor falou sobre as normas envolvendo a cobrança de multas por atraso na devolução de obras às Bibliotecas, comunicando que devem ser trazidas para a discussão na próxima reunião. Aproveitando o tema, o conselheiro Sérgio Meth trouxe ao Conselho o problema sobre o prazo exíguo para devolução de obras nas Bibliotecas e sobre a cobrança de multas a professores e alunos por atraso na devolução das obras.

Dessa forma, a Presidente do Conselho fez o encaminhamento para escolha das Comissões Permanentes e obteve o consentimento dos conselheiros. Consultou o Conselho se a votação seria aberta ou secreta. O conselheiro Sérgio Meth salientou ser dos pontos da sua campanha as votações abertas no CONSUNI. Decidiu-se por votação aberta.

O conselheiro Sérgio sugeriu que no caso do aluno atrasar por um dia a devolução do livro, em vez de ele ser multado, que seja proibido de retirar outras obras por dois dias.

O conselheiro Sérgio Meth solicitou a flexibilidade das Normas quanto à coordenação das atividades de extensão por técnicos de nível médio.

Destacou a posição da CEG, a partir da Resolução nº 09 e do Edital de Eleições, de anular as eleições no Campus Uruguaiana. O conselheiro Sérgio Meth abriu seu voto contrário a anulação da eleição (apenas no Campus de Uruguaiana)......... O conselheiro <............>, propôs nova eleição para representação discente no CONSUNI. O conselheiro Sérgio Meth sugeriu que, em caso de anularem os votos de um Campus, era dever do Conselho anular todo o processo eleitoral, realizando-se uma nova eleição. (Ata 35 - 36ª Reuniões)

Objeto: Proposta de Regulamentação à Concessão de Títulos e Dignidades. ........... O conselheiro Sérgio Meth sugeriu que a concessão de um título ou dignidade seja aprovada por quatro quintos dos membros do Conselho Universitários, ao invés de dois terços conforme o parecer da Comissão de Regimentos e Normas, como forma de evitar homenagens a pessoas rejeitadas pela comunidade acadêmica.

O conselheiro Sérgio Meth solicitou que a Reitoria acolha o pedido de as obras atentarem para os campi com problemas de alagamento em dias de chuvas.......Em seguida, a Presidente do conselho falou a respeito dos problemas de infraestrutura na UNIPAMPA. O conselheiro Sérgio Meth solicitou à Reitoria medidas para sanar esses problemas.

O conselheiro <..........> manifestou não ter entendido o pedido de inclusão de pauta do conselheiro Sérgio quanto à Comissão de Ética. O conselheiro Sérgio disse que, em abril de dois mil e doze, em Jaguarão, a Comissão de Ética Pública se comprometeu a comparecer no CONSUNI, o que até o momento não ocorreu. Também reforçou a importância de haver o Adicional de Penosidade como forma de fixar os servidores na UNIPAMPA.

A conselheira <...........>  fez a leitura de manifesto da docente <.............> relacionado a uma reclamação dos discentes feita a uma espécie de sistema de ouvidoria implantado no Campus Uruguaiana. ......... O conselheiro Sérgio Meth cobrou responsabilidade nas denúncias............ Os conselheiros <..........> e Sérgio Meth também demonstraram preocupação com um possível denuncismo.

O conselheiro Sérgio Meth, a despeito da comunicação da Presidente do Conselho sobre a apresentação da Comissão de Ética na 41ª Reunião Ordinária, solicitou se registrasse em ata que deseja uma resposta oficial dessa Comissão, se os procedimentos adotados são os mesmos, desde a implantação da Comissão de Ética.
O conselheiro Sérgio Meth solicitou o encaminhamento de consulta à CONJUR sobre a legalidade das cobranças de multas (nas bibliotecas).
O conselheiro Sérgio requereu consulta (plebiscito – grifo meu) à comunidade acadêmica a respeito do Estatuto e do Regimento.
O conselheiro Sérgio reiterou sua solicitação de registro em ata que deseja uma resposta formal da Comissão de Ética a respeito dos procedimentos adotados pela Comissão.

5.1 Processo: 23100.000350/2013-76. Origem: Campus Jaguarão. Objeto: Acordo de Cooperação entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a UNIPAMPA, objetivando colaboração e intercâmbio para o desenvolvimento de Mestrado Profissional em Educação na UNIPAMPA e intercâmbio em atividades de ensino, pesquisa e extensão na área de Educação. A conselheira <.......> salientou a importância da participação da Professora Maria Beatriz Luce (reitora pro-tempore antecessora da atual – grifo meu) como docente permanente do Curso de Mestrado Profissional em Educação. Decisão do Conselho: aprovado com um voto contrário. (O voto contrario foi meu, Professor Sérgio Meth – única ocasião que votei contrario a este tipo de tema por motivos óbvios – grifo meu)

O Presidente da Comissão de Ética fez apresentação do trabalho desenvolvido pela Comissão. O conselheiro Sérgio Meth disse não ser contrário à Comissão de Ética, mas questionar os depoimentos das testemunhas sem a presença do acusado ou de seu advogado, ou seja, sem o contraditório. ............. Propôs a anulação de todos os processos da Comissão de Ética em função de não estarem seguindo a Constituição.............O conselheiro Sérgio lembrou não ter sido respondido quanto à questão do contraditório.

O conselheiro Sérgio requereu que a Comissão de Ética suspenda toda e qualquer ação até a definição das incumbências da Comissão.
O conselheiro Sérgio Meth questionou o motivo de a professora (que estava se descredenciando de um curso de pósgraduação –grifo meu) não ter o direito a carro e a motorista assim como foi concedido a outra docente de um programa de pós-graduação de Jaguarão (ver item 5.1 acima – grifo meu).
O conselheiro Sérgio Meth defendeu que alguns itens do Estatuto e do Regimento Geral sejam decididos mediante referendo com a comunidade acadêmica.... Os conselheiros Sérgio Meth, <...>, <....>, <....>, <.....>, <......>, <.....> reforçaram a importância da abertura do Curso de Direito.

Concluindo, espero ter estado à altura daqueles que me honraram com o seu voto neste meu primeiro termo no Conselho e de ter defendido os interesses de todos, independente da sua opinião política, de Campus ou de categoria. Caso eu tenha a honra de, uma vez reeleito, poder continuar no Conselho no próximo biênio (2014/2015), pretendo continuar agindo dentro de princípios realmente éticos e em defesa da Universidade em geral e dos docentes em particular.

Atenciosamente,

Professor Sérgio Meth
Candidato a Representante Docente no CONSUNI

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Pesquisa Científica / Folha do Sul - 04.Novembro.2013




Pesquisa Científica

Ao se procurar num deste dicionários da Internet, pode-se encontrar: “é·ti·ca (latim ethica, -ae) substantivo feminino 1. Parte da Filosofia que estuda os fundamentos da moral. 2. Conjunto de regras de conduta. ética médica [Medicina]  Conjunto dos problemas postos pela responsabilidade moral dos profissionais de saúde em relação aos pacientes (www.priberam.pt). Com todo o alvoroço que ocorreu em torno do episódio do resgate (segundo o lado dos ativistas) ou aquisição ilegal (segundo o lado do laboratório de pesquisa) dos cães beagles em São Roque – SP, talvez seja necessária uma olhada em torno desta estória usando exatamente o que podemos tentar definir como ética na pesquisa, particularmente com animais. Certamente a definição do dicionario não nos ajuda muito.

Os nazistas na Segunda Guerra fizeram uso de prisioneiros em experiências com pouco ou nenhum valor científico. Não havia muitos valores éticos ou morais ali. Seres humanos foram sacrificados a troco de nada. Nos dias de hoje, no mundo todo, de modo geral, experimentos em seres humanos seguem todo um procedimento ético e legal para que sejam executados, pelo menos aos olhos da lei, incluindo-se ai o Brasil. Muitas vezes as exigências são tão grandes, particularmente nos Estados Unidos, que se deixa um paciente morrer quando existe um remédio ainda experimental mas que pode salvar a vida do mesmo. Poderíamos dizer que existe um excesso de zelo na interpretação da lei, o que acaba prejudicando as pessoas que a lei deveria exatamente ajudar.
No caso de experimento em animais, até que ponto podemos ser livres para tais experimentos? Não pretendo aqui colocar onde fica esta fronteira. Da mesma forma que devem existir limites para um uso abusivo de experimentos em animais precisamos nos lembrar que existem pessoas com doenças que não temos outro lugar para experimentar a não ser em animais vertebrados, incluindo-se ai cães, gatos, macacos, etc. A pesquisa médica simplesmente teria muitos problemas para podermos continuar a ter melhores remédios e terapias. Como poderíamos saber se uma dada medicação é uma esperança para um paciente com Alzheimer ou Câncer.
A questão ética, em todos os sentidos da palavra, é: até onde podemos ir? Um animal que é levado a um abatedouro, teoricamente deve ser morto com um mínimo de sofrimento. A não ser que nos tornemos todos vegetarianos, animais continuarão a ser mortos para se tornarem comida. Mas ao usarmos um animal em pesquisa, estamos causando sofrimento, as vezes por um tempo prolongado, que pode ser desnecessário. O problema é que a pesquisa é a esperança de pessoas muitas vezes em situação desesperadora. Estamos hoje em cima de um debate onde dilemas morais estão se chocando de forma intensa. A vida humana certamente tem precedente sobre um animal, mas até que ponto podemos abusar de outras especies, principalmente daquelas com que temos uma identificação maior, particularmente cães e macacos? A definição desta fronteira ética, dentro do aceito hoje pela sociedade é de suma importância para que a pesquisa médica possa continuar mas que ao mesmo tempo não usemos animais de modo bárbaro em experimentos que podem ter nenhum significado.
Dedico este artigo à Professora Valesca e ao Professor Rippoli da UNIPAMPA-Bagé cujo amor e dedicação pelos animais é sempre notável de ser visto.