Informação, Guttemberg e as “Tias”
Os primeiros registros foram nas paredes! Paredes
de cavernas foram usados desde o inicio da história humana para registro de
acontecimentos. Figuras, muitas de rara
beleza, foram gravadas por todo o mundo. Aqui no Brasil temos em vários lugares
registros destes homens pré-históricos, algumas datando de quase 15.000 anos
atrás. No Parque Nacional Serra da Capivara, além da imperdível “pedra furada”
pode-se ver vários destes desenhos. Com o desenvolver da civilização, surgiram
o registro em pedra, argila, papiro, couro de certos animais e por fim papel,
cujo uso começa na China em tempos imemoriais. A fabricação de papel pelo
processo chinês antigo é um processo artesanal e muito interessante.
Mas a reprodução e divulgação da informação foi
desde muito tempo praticamente monopólio de certas classes sociais. Nos antigos
impérios tais como Egito e Meso-américa (Astecas), devido ao caráter
hieroglífico da escrita, aprender a ler e escrever era algo extenuante e levava
muito anos. O chinês, japonês, coreano e outras culturas mantiveram este
aspecto na sua escrita até os tempos de hoje. Mas na região onde é o mar
mediterrâneo surgiram simplificações, e estas simplificações nos conduziram ao
alfabeto fonético tal como o conhecemos. Fenícios, hebreus, gregos, romanos,
etc, praticamente o uso de uma linguagem não de um símbolo por palavra mas de
símbolos representando sons se torna disseminado por estes povos e passa de
geração em geração. Mesmo assim a maior parte da população continua sendo
analfabeta. Mesmo a nobreza, durante grande parte da idade média, não sabe
muitas vezes ler nem escrever. Este papel ficou reservado para escrivães e
clérigos. E é exatamente graças ao árduo trabalho de monges que grande parte da
cultura antiga foi preservada. Mas os livros eram copiados um a um, por isso um
livro era carissimo e ainda destinado a apenas parte mínima da população.
O advento da imprensa com a invenção dos tipos
móveis por Guttemberg no século XV mudou este panorama. Agora a informação
começa a ficar disponível para todos. O próximo passo que seria pouco a pouco e
demoraria séculos seria a democratização da capacidade de leitura e escrita.
Nos dias de hoje achamos natural que todos, ou
pelo menos a grande maioria saiba ler e escrever. Mas precisamos nos lembrar do
esforço que foi feito por educadores, muitas vezes abnegados e dedicados, para
mudar este panorama. Aqui no Brasil, isto não foi nem é exceção. Nossa
população, que poucas décadas atrás era em grande parte iletrada, hoje sabe
pelo menos ler e escrever em um nível pelo menos razoável. Qual a alegria que
temos quando vemos uma criança tirando suas primeiras palavras com pedaços de letras
ou aqueles cubinhos. O papel que estes dedicados professores fizeram e fazem
merece ser lembrado. O salário que recebem é muitas vezes desproporcional ao
esforço e dedicação. Precisamos demais destes profissionais, que eles sejam bem
remunerados. Tanto quanto uma boa universidade, precisamos também de um ensino
básico de primeira qualidade para podermos ter uma população pronta para os
desafios que a vida moderna apresenta para nós. Um excelente salário para os
Tios e Tias, muitos dos quais são muitas vezes as nossas mais doces recordações
da escola, é algo primordial para atrairmos ótimos quadros para as nossas
escolas.
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