segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Feira Livre / Folha do Sul - 29.Setembro.2014



Feira Livre

Uma das estórias antigas sobre política brasileira, talvez mais lenda que estória, ou melhor mais boato que lenda, reza que votos eram comprados nas cidades pequenas do Brasil pelo sistema de par de sapatos. Um pé do par era fornecido antes da eleição e o outro após a vitória do “comprador”. Mesmo com a alcunha de “boato”, diz a sabedoria popular que todo boato tem lá o seu fundo de verdade. Não é minha pretensão julgar a chamada República Velha, aquela que os revolucionarios de 1930, Getúlio Vargas a frente, varreram para debaixo do tapete da História. Na República Velha era endêmica a corrupção eleitoral, poder-se-ia dizer que parte do sistema. Seria de se esperar que nos tempos atuais este tipo de coisa, compra de votos, maquiada ou não, par de sapatos, vantagens pessoais não legais, etc, fosse coisa do passado. A grande surpresa é encontrar no noticiario que é necessaria uma verdadeira mobilização do poder público para coibir este tipo de prática, não na República Velha, mas na eleição que estamos vivendo agora.
Quem compra voto, se o faz, é porque vai querer “recuperar o investimento”, e esta “recuperação” só poderá ser feita com o uso (indevido) do dinheiro público, ou seja, do dinheiro que pagamos na forma de impostos e da degradação das areas em que o poder público é inoperante ou omisso quando deveria ser atuante. Não preciso repetir mas o tempo todo vemos os candidatos falando em saúde, educação, infraestrutura e segurança. Na verdade, eleição vem, eleição vai, temos dois paises, o que é descrito nas promessas dos candidatos e aquele em que vivemos. Se o eleitor duvida das minhas palavras, sugiro uma breve leitura dos jornais ou ver o noticiario na TV.
Fica também a duvida, quanto será que vale um voto neste “mercado livre”, verdadeira feira livre da imoralidade? Provavelmente bem mais que um par de sapatos do sistema antigo, ou será que tivemos uma desvalorização do mercado por causa da lei da oferta e procura? Estas palavras são duras mas a verdade é que um candidato que se propõe a comprar eleitores no lugar de querer mostrar um passado de trabalho e propostas para o futuro, este candidato não deveria ser candidato e sim ter um lugar no lixo da História.
Chegamos ao fim da campanha deste ano, pelo menos para o primeiro turno. Para que o nosso voto tenha mais valor que o mero preço de uma barraca de feira, e esperemos que tenha muito, muito mais valor do que isso, precisamos escolher muito bem nosso candidatos, para podermos ser bem representados nos centros de decisão, ainda mais que no final seremos nós que iremos pagar a conta. É triste e degradante saber que um direito do cidadão seja moeda de troca com se fosse um cacho de banana ou uma dúzia de laranjas.
Charles Chaplin no discurso final do filme “O Grande Ditador” disse que “existem aqueles que tudo prometem mas nada cumprem e pede para os soldados que lutem, lutem pelas democracias”. Certamente não estamos numa guerra (muito embora correndo o risco de escutar o pessoal das favelas do Rio de Janeiro me chamando de mentiroso), mas temos armas, e estas armas são os nossos votos, com eles podemos mostrar o que queremos para o nosso pais. Parodiando Chaplin eu diria para os meus colegas cidadãos da cidade e região que escolhi para viver: “votem, votem pelo bem da democracia, democracia esta pela qual tanto lutamos, luta esta para ter exatamente o direito de poder usar esta arma tão poderosa e valiosa, o voto”.
Daqui a pouco, menos de uma semana, o silêncio irá cair nas ruas e será a vez do povo falar. Foi com a mensagem das urnas que pudemos mudar ou não muita coisa no nosso pais. Este momento não será excessão. Precisamos mais do que nunca de lideres, de homens de decisão, enfim de governantes e parlamentares dignos de ocuparem os cargos para os quais eles se propõe. Com a palavra o eleitor.

Limite da Apelação / Folha do Sul - 22.Setembro.2014



Limite da Apelação

Com o advento da midia televisiva, toda uma mudança de hábitos ocorreu em amplas faixas da população. Setenta anos atrás a reunião da família após o jantar seria em torno do radio para escutar o noticiario ou algum outro programa. A televisão possibilitou não só a comunicação através de sons como também através de imagens vivas para a grande massa, algo nunca antes ocorrido na história humana. Desde então até o advento da internet, o reinado da televisão como opção de lazer para as pessoas foi imbatível. Pouco a pouco foram tomados espaços do radio e mesmo do cinema. Aspectos culturais passaram a ser disseminados por amplas faixas da população que relegaram outras formas de entretenimento ao segundo plano. Um filme interessante que retrata muito bem esta transformação é “Bye bye Brasil” com o saudoso José Wilker, onde uma tropé de circo descobre que a invasão das “espinhas de peixe” (antenas de televisão) nos telhados de uma cidade é sinal de que terão pouca platéia na localidade.
As grandes redes acabaram tendo o monopólio por décadas até que com a internet, tv a cabo e equipamentos mais acessíveis, pouco a pouco vão aparecendo outras opções, num espectro amplo que vai desde programas religiosos até canais com conteúdo digamos mais “picante”, tendo assim o telespectador a liberdade de escolha de que programa lhe interessa. Novas opções de entretenimento terminaram com a falta de alternativas nos domingos onde muitas vezes a única opção era ligar a televisão e ver algum programa de auditório ou um ou outro enlatado.
Escrevo estas linhas deixando bem claro que não sou o tipo do cidadão televisivo (me refiro a tv convencional). Gosto de ver o jornal da manhã e alguns programas do tipo educativo ou informativo. Acho inclusive que o pessoal das emissoras busca dar ao público o melhor em termos de informação e jornalismo com mais realismo e neutralidade que alguns setores políticos gostariam de reconhecer que acontece.
Lamentavelmente para se segurar a audiência, que tende a buscar outras opções, muitas vezes programas são feitos com conteúdo apelativo, e esta apelação tem muitas vezes o efeito bumerang de afastar uma boa parte dos telespectadores. Cenas picantes, certamente não são o melhor prato para a hora que a familia inteira está reunida na sala de estar. Quando me refiro a familia, quero incluir não apenas os adultos, mas também crianças, adolescentes e idosos. Certamente não é a coisa mais agradavel ver cenas de sexo ou quase na hora do jantar quando todos estão reunidos.
O efeito que acaba ocorrendo, portanto, é o de muitas pessoas preferirem buscar outras opções e algumas inclusive preferem nem ter tv em casa. Recentemente, por temor à queda de audiência, uma novela do horário nobre teve a suas cenas “picantes” minimizadas. Esta noticia estava na internet e é interessante que tenha ocorrido sem nenhuma necessidade de “censura oficial”. Certamente se queremos ter liberdade de expressão no pleno sentido da palavra, contos eróticos e correlatos tem o seu canal de expressão mas certamente se espera ver algo mais leve no horario nobre. Talvez uma “fronteira” tenha sido atingida sem necessidade de demarcação, algo tão natural como um fenomêno geográfico tal como um rio ou lago.
Alias a tão decantada liberdade de expressão vem com o natural limite de que não se deve ferir o direito de terceiros, conceito legal dos mais básicos, a não ser, é claro, que ocorra a descrição de fatos acompanhados de provas concretas. Muito preocupante é o uso de estereótipos para exatamente atrair audiência. Querer colocar que esta ou aquela característica, principalmente as que podem ser interpretadas como negativas, são por causa de raça, classe social, crença religiosa ou etnia cultural, é no mínimo absurdo e pior, denota uma total falta de tato com as pessoas e a comunidade. Uma serie recente, com um nome que parece ter sido tirado de algum conto de literatura de terceira,  acabou tendo como resultado protestos e a entrada da rede de televisão sendo pixada no meio da confusão, seguindo-se o debate na net se tanto a serie como os protestos teriam cabimento. Provavelmente isto tudo era previsível e o melhor seria talvez uma estória sem exploração de estereótipos nem com conotações que beiram o preconceito, pelo menos no nome.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O Debate / Folha do Sul - 15.Setembro.2014



O Debate

Faltando menos de três semanas para a eleição, estamos diante de um quadro ainda muito cheio de indefinições. Aparentemente não irão ocorrer mais as grandes oscilações anteriores mas devido ao fato de muitos candidatos estarem praticamente empatados mesmo pequenas variações no humor do eleitorado podem acabar definindo a disputa, pelo menos no que se refere ao primeiro turno. No segundo turno irá pesar bastante o fator “rejeição”. Não será surpresa que candidatos hoje em segundo ou terceiro lugar acabem ganhando na reta final do segundo turno. Isso explica a posição mais do que cautelosa de todos os partidos, bem longe do clima de oba oba.
Em um clima de extrema disputa tal como temos agora, a velha politicagem eleitoral entra em cena deixando de lado o muito mais sadio debate de ideias. A maior vítima sendo como sempre o eleitor. Troca de acusações, denuncias, dedos em riste uns nos outros, etc. Temos enfim uma campanha no mesmo estilo das anteriores. Certo que o currículo dos candidatos ajuda mas seria muito mais coerente sabermos quais as suas proposições. Passado é bom para os historiadores, temos que pensar no presente e no futuro. Um currículo minimamente sem problemas já está de bom tamanho. Precisamos acreditar que a cultura do “rouba mas faz”, “é bandido mas vai se eleger”, “é um bom candidato mas não conseguirá”, etc, será posta cada vez mais no passado. Um pais moderno precisa de lideranças com coragem e não de politiqueiros que pensam apenas nos seus interesses particulares imediatos.
Dentro deste quadro, soa como bastante significativo o silêncio do cidadão comum. Apanhado no meio da troca de acusações, tiroteio este que acaba tendo o mesmo efeito de uma bala perdida, entrando por um ouvido e saindo pelo outro. Preocupante que uma eleição de tal peso acabe por causa disso sendo bastante ignorada pelo cidadão que será mais tarde atingido pelas decisões dos candidatos eleitos.
O debate em torno da proposta de maior autonomia ou independência do Banco Central está dentro desta vertente. Por ter sido posto no debate, nada mais natural que os lados da disputa se posicionassem. O embate de ideias ia muito bem (obrigado) até que resolveram começar as acusações, seus interesses para cá, os outros interesses para lá. Ficou parecendo até a música da Elis Regina (“dois pra lá, dois pra cá”,♫). Será muito difícil, mesmo com um rol de acusações sérias, conseguir mudar a cabeça dos eleitores que já decidiram o seu voto, faltando poucos dias para a eleição. Com a diminuição do debate em favor da guerra de acusações, menos ainda poderá ser feito para as cobranças das promessas uma vez encerrada a disputa. Seria interessante saber quais as razões que levam um(a) candidato(a) ou outro(a) a terem uma determinada posição, como esta relativa ao Banco central, e como eles pretendem administrar isto.
O Banco Central norte-americano, ou Federal Reserve como é chamado, goza de uma autonomia digna de um poder de estado e isto foi fruto de décadas de debate, a célebre contenda entre a “fronteira” e o leste. A intenção lá foi evitar que a política de estado tenha um poder de intervenção maior em decisões de cunho eminentemente técnico e com isso evitar inflação e/ou quebradeira pelo mau uso da política financeira. Certamente que o Brasil não é os Estados Unidos e a célebre frase “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil” teve o seu registro mais que perpétuo no FEBEAPÁ (Festival das besteiras que assolam o pais). Contudo tentar entender as razões desta política lá e em outros países para podermos encontrar nossas próprias soluções é com certeza bastante salutar.
Os votos indecisos e em branco ainda perfazem quase dez porcento. Poderão ainda decidir muitos dos cargos em disputa. Certamente que propostas positivas em vez de ataques negativos deverão ser muito mais levados em conta por esta parte do eleitorado. Fica o registro positivo que pelo menos alguns dos candidatos deixaram bem clara a sua posição no que se refere pelo menos ao Banco Central sem aquelas enrolações da política enlatada. O eleitorado certamente agradece emocionado.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Racismo / Folha do Sul - 8.Setembro.2014



Racismo

Entre os estudiosos do assunto existe o consenso firme e forte de que a origem do homem foi na África. Não só pelos restos arqueológicos extremamente antigos, mas também porque a maior diversidade genética humana se encontra lá. Em um lugar de colonização humana tão antiga seria de se esperar também uma rica história e na verdade assim é. Muitas vezes pouco é dito sobre isto, o que é uma grande injustiça com a herança que trazemos deste continente. Apenas para citar alguns pontos mas muito longe de esgotar o assunto: Egito, Cartago, os reinos negros do interior do continente e mais recentemente o fim do regime racista do apartheid na África do Sul. A rainha de Sabá da Bíblia é oriunda do sul do Egito e uma das mais famosas e antigas universidades do mundo (Timbuktu) fica ao sul do deserto do Saara.
O advento das grandes navegações no Século XV trouxe uma série de maldições para o Continente Africano. A mais perniciosa de todas e que tem efeitos até hoje foi a escravidão. Milhões de seres humanos foram capturados em seus locais de origem e trazidos ao Novo Mundo para serem submetidos a um regime de trabalho forçado. Muitos pereceram na travessia e se sobrevivessem, nas condições de trabalho a que foram submetidos nas plantations, o normal seria sobreviver por cerca de dez anos. Particularmente a Coroa Portuguesa incentivava a escravidão dos africanos e não a dos nativos locais, pois com o tráfico africano era possível cobrar taxas (pesadas) na entrada da “mercadoria” o que não seria possível ou muito difícil com o tráfico indígena. Criou-se o mito do “índio preguiçoso” para justificar isto mas na verdade nas ocasiões em que o tráfico negreiro foi quebrado como nas invasões holandesas, os bandeirantes paulistas não viram nenhum problema em ir “caçar” os índios, particularmente aqui no sul.
A herança cultural dos africanos que foram trazidos e de seus descendentes no nosso pais é também enorme. Desnecessário falar de samba, do colorido das roupas em Salvador, dos nomes e muito mais. Na parte técnica pouco se fala, mas a pouca produção de aço que existiu no Brasil até o advento das modernas siderúrgicas foi com tecnologia africana trazida pelos escravos. A bravura dos afrodescendentes sempre foi lendária e apenas a falta de união política, mesmo problema dos nativos, é que fez com que o predomínio dos portugueses fosse o vencedor. Mas não sem que o afrodescendente não deixasse de dar muita dor de cabeça ao luso e sem deixar de lembrar o valor deles, afrodescendentes. O Quilombo dos Palmares será sempre o símbolo marco desta luta. Aqui no Rio Grande do Sul temos o episódio do massacre das tropas negras ao fim da Revolução Farroupilha, evento que deveria ter mais atenção dos historiadores, pois mostra o quanto eles foram importantes nesta luta. Se não fossem importantes e decisivos não teriam sido alvo de tanta covardia.
Com o fim da escravidão (e mesmo antes) começa a ocorrer a natural ascensão do elemento afrodescendente. Fruto de muita luta, mais do que nunca, temos pessoas orgulhosas de estarem, com muito custo, subindo a escala social. Hoje temos em toda a sociedade brasileira a contribuição de pessoas cuja única diferença é ter um pouco mais de melanina na pele e que são tão humanos como qualquer pessoa. Para quem duvida disto, é certo que a possibilidade do Sr. Joaquim Barbosa, ministro e ex-presidente do Supremo, se candidatar a presidente causou um bocado de dor de cabeça em certos setores políticos, pois sua votação seria com certeza enorme.
Os episódios recentes, de demonstração de racismo em estádios, estão sendo, felizmente, repudiados pela sociedade brasileira. Insultar uma pessoa por ela ter alguma diferença na aparência é no mínimo lastimável. Mesmo o termo usado (macaco) é altamente problemático. Seria interessante lembrar que existem raças destes animais (os bonobos) que não matam o seu semelhante tal como a raça conhecida como Homo Sapiens ou humanos, que muitas vezes não vacila em assassinar o seu próximo, quase sempre por motivos mais que tolos e banais. Fica apenas a preocupação de uma reação excessiva em cima de uma pessoa só ou pior, uma punição coletiva. Desnecessário lembrar que vários jogadores do time em questão são eles mesmos afrodescendentes.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Números / Folha do Sul - 1.Setembro.2014



Números

Uma brincadeira de aula de estatística é que a melhor definição de média aritmética é se quisermos saber a altura média entre uma pessoa alta e outra baixa, devemos cortar a cabeça da alta e colocar em cima da baixa. Assim teríamos um monstro que nada diz mas que representa o meio do caminho entre um e outro. O problema com estatísticas é de elas representarem muitas vezes exatamente isto: monstros que não conseguimos entender. Mas se ao longo do tempo estes números se mantém, algo está certamente acontecendo e o monstro da imaginação pode ser repentinamente real.
Contudo, médias ou não, fatos são fatos, e não podem ser escondidos, pelo menos não de todos o tempo todo, mesmo que pareçam monstros para alguns. A divulgação dos últimos dados da economia brasileira pelos institutos de pesquisa, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a frente, demonstraram o que já era do sentimento de todos: que estamos numa recessão. A definição pelos entendidos é de que dois trimestres consecutivos de crescimento negativo já denotam uma recessão. Alguns tentam amenizar a situação, classificando a mesma como “recessão técnica” enquanto o governo diz que isto é coisa passageira. Por outro lado parte da oposição procura tirar proveito da situação ampliando ao máximo isso e a outra parte diz que a culpa é do governo e também da parte que quer ampliar o problema. Enfim, quem está no meio deste tiroteio de desculpas e acusações se sente bem perdido.
Junto com os números de recessão, temos os problemas de sempre que acompanham a diminuição do ritmo econômico: uma inflação que ainda está em níveis civilizados (muito embora uma ida ao supermercado está se tornando cada vez mais um exercício de ginástica financeira) e um nível de emprego que tem todas as características de estagnação. Os problemas se agravam com um nível de endividamento grande da população. Mesmo que novas linhas de crédito fossem liberadas, provavelmente a tendência da maioria seria simplesmente empurrar a vida para a frente, pegando um empréstimo para pagar outro sem criar expectativas de demanda por produtos e serviços. Sem esta expectativa, as empresas provavelmente tomarão a decisão de demitir parte do seu quadro de funcionários. Com o desemprego resultante, menos mercado consumidor, e temos assim a possibilidade de entrarmos em um círculo vicioso pelo qual já passamos nos últimos anos, a chamada estagflação, onde temos combinados recessão, desemprego e inflação.
Num quadro de disputa eleitoral, nada pior que uma situação destas. Farpas serão certamente trocadas e na verdade já o estão sendo. O governo ficando numa situação delicada e pior, fragilizado. Se a oposição faz críticas, importante que também apresente as soluções. Num panorama destes, só resta ao eleitor tentar entender a situação para poder tomar uma decisão consciente.
Os números desta semana também não foram favoráveis para Bagé e região. Tivemos um aumento insignificante na população, abaixo do aumento (em termos percentuais) da população brasileira. O significado disto é que a migração de famílias para fora da cidade e da região continua a ocorrer, com menos força, é verdade, mas continua. A falta de oportunidades e o baixo nível dos empregos que são criados por aqui sendo a provável raiz do problema.
Lamentavelmente o clima de estagnação na nossa economia continua a ser o nosso grande estigma, quebrado apenas aqui e ali na serie histórica. De 2010 a 2014, a economia brasileira se manteve praticamente nos mesmos 2 trilhões de dólares. Em comparação, a economia chinesa subiu de 6 para 8 trilhões de dólares. Um grande avanço seria saber quais as alternativas que teríamos para sair desta situação. Deixo esta parte para o debate eleitoral em que estamos imersos. Com a palavra os políticos.