segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A Bênção Brasileira / Folha do Sul - 24.Novembro.2014



A Bênção Brasileira

Existe uma expressão na indústria do petróleo: “The Oil Curse”, significando em inglês “A Maldição do Petróleo”. A expressão seria relativa ao fato de que a imensa maioria dos países produtores e exportadores de petróleo seriam também os pesadelos políticos que encontramos ao escutar o noticiário internacional. Um grande exemplo e bem do nosso lado é a Venezuela, com petróleo para abastecer o mundo por décadas, se não séculos. Este pais, antes um bastião da democracia e conhecido por ser um lugar acolhedor, sofreu transformações em nome de uma tal “revolução bolivariana” e atualmente é um pesadelo comprar até mesmo papel higiênico e pão nas ruas de Caracas, capital dos nossos vizinhos. Com a economia parada e à mercê dos negócios de petróleo, muita coisa sendo importada, pois é mais fácil importar que trilhar o difícil caminho da industrialização, crise aguda de desemprego, etc, não causa surpresa que estourem protestos sem fim nas ruas. A situação econômica local é tão ruim que estão importando petróleo. O importante para o grupo no governo é controlar os poços de petróleo (de onde vem a renda), para tal precisa ganhar as eleições (maquiadas ou não), isto sendo feito com o dinheiro obtido da venda do petróleo. Assim se estabelece um circulo vicioso de difícil saída. Desnecessário lembrar que muitos dos negócios, em que muita grana está em jogo, são feitos por debaixo dos panos.
Inúmeros outros exemplos deste modelo sócio-político-econômico movido à petróleo existem mundo afora: Nigéria, Líbia, Iran, Iraque, Arábia Saudita, etc. Quando se têm noticia de modificação (ou tentativa) na estrutura política, como aconteceu recentemente na Líbia, esta modificação vem através de guerra civil, mas com o intuito básico de se trocar o grupo controlador das reservas de petróleo por outro. Em outras palavras, se trocam os ratos para o mesmo queijo. Os paises consumidores, reféns da situação, pois precisam do produto para manter suas economias funcionando, procuram se acomodar nesta situação com os grupos políticos controladores. Soluções drásticas, como a invasão do Iraque pelos Estados Unidos já provaram que são contraproducentes. A solução mais fácil continua a ser o suborno e a cooptação dos governos títeres locais, que de maneira geral, praticamente universal, acham mais fácil e lucrativo ficar neste jogo. O coronel Kadhafi, da Líbia, ficou décadas no poder, e seria talvez o melhor exemplo deste tipo de situação. Para manter o povo no seu devido lugar, todo tipo de repressão era usado, até que por fim foi morto, com a família, num levante violento, cujas repercussões na Líbia continuam, até que o próximo grupo se consolide, numa situação que dificilmente irá ser diferente da anterior, apenas com nomes novos. A questão que fica é que, se o dinheiro do petróleo tem tanto poder, por que a maioria dos países produtores e exportadores está nesta situação?
Aqui no Brasil, com a descoberta do petróleo na tal camada do “pré-sal”, foi vendida a ideia de que teríamos agora recursos a rodo para educação, saúde, infraestrutura, etc. Isso foi repetido a exaustão, havendo inclusive um candidato (por sinal derrotado) que pregava que iria pedir um “adiantamento” dos royalties. Alias os royalties acabaram sendo uma das fontes de muita briga e discussão no Congresso Nacional. Com os recentes escândalos envolvendo a nossa estatal de petróleo, é possível ver que exatamente por correr dinheiro fácil nesta indústria, é ela alvo de muita maracutaia. Se ainda nem chegamos ao tal patamar proclamado pelo governo e já temos tantos problemas, imagine quando chegarmos lá? Uma das barreiras que estão no caminho é o fato de que esse petróleo do pré-sal é de extração muito cara para os padrões normais. A profundidade da lâmina d’água é enorme e uma camada equivalente de rocha e sal ainda precisa ser perfurada até chegar no petróleo. Com este e muitos outros problemas, certamente não iremos ter o petróleo de extração barata da Venezuela ou Nigéria, mas também certamente será mais difícil escorregarmos para o caminho fácil que estes países escolheram. Considerando o noticiário policial, aparentemente não faltam tentativas de nos colocar nesta trilha.

Para onde vamos? / Folha do Sul - 17.Novembro. 2014



Para onde vamos?

Está no noticiário: a Policia Federal está colocando em cana dezenas de executivos de empresas de porte, entre os quais três presidentes de algumas das maiores empreiteiras (OAS, Queiroz Galvão e UTC), incluindo também mandados de busca (onde também consta o nome da Odebrecht) e congelamento de bens dos acusados (cerca de R$ 720 milhões). A trama é enorme dentro da maior empresa estatal brasileira, Petrobras, e parece não ter fim, envolvendo R$ 59 bilhões em contratos muito mal explicados. Aquilo que antes era tratado como conversa de cafezinho, fofoca tipo “aqueles ali são ladrões de colarinho branco e fazem e acontecem mas fica tudo por isso mesmo”, de repente se cristaliza na nossa frente no noticiário policial, envolvendo aquelas mesmas pessoas que se julgavam acima de qualquer suspeita mas que sempre eram exatamente alvo das conversas de cafezinho.
Os números são enormes, assim como o tamanho de tal conspiração. Podemos imaginar o tamanho da pressão sobre a Policia Federal e a Justiça. Muito dinheiro em jogo, e situações envolvendo também políticos em postos importantes. Qual será no final o desenrolar desta situação? Pessoas em cargos públicos de decisão precisam ter muito senso da responsabilidade que a posição traz. Estamos acostumados a pensar nas benesses destes cargos mas nos esquecemos da cobrança enorme que eles trazem.
Tudo isto traz junto muita preocupação. Brasil afora, existem muitas obras que ficaram pela metade e que tiveram junto com isso superfaturamento, sob os mais diversos argumentos. Um grande exemplo disso é a refinaria em Pernambuco, uma obra que acabou custando quase 10 vezes mais que o valor originalmente proposto. E por mera coincidência, também temos as mesmas empreiteiras envolvidas. Por curiosidade, no meio sindical se chamam as vezes as empreiteiras de “gatas”. Talvez seja devido por causa dos hábitos noturnos e furtivos destes animais, hábitos que pelo visto são reproduzidos por estas empresas.
Entre vários, um dos argumentos durante a campanha eleitoral do atual (e reeleito) governo para a continuidade do seu projeto era de que iriam fazer mover céus e terras para levantar toda a corrupção existente. Que bom. Apenas esperemos que não ocorram ameaças ao trabalho da Policia Federal. Independente de partido, corrente ideológica, ou seja lá o que for, o que o cidadão comum espera é saber a verdade. Ficamos a nos questionar que se pagavam 3% de propina em coisas desta magnitude, com certeza, ganhavam muito mais depois.
Desnecessário, mas sempre bom lembrar: a corrupção é paga pelos impostos altos, pela falta de recursos que atingem o estado, pela falta de oportunidades para aqueles que não pagam o propinoduto, pela pobreza do povo, pela falta de infraestrutura, enfim, por toda a sociedade, para que alguns, que se escudam nas instituições, possam se regalar nas suas orgias pessoais, feitas com dinheiro que não lhes pertencem.
Precisamos deixar de ser o pais do jeitinho, do onde tudo é assim porque tem que ser. Muitas vezes temos situações, em geral obras, pagas com dinheiro público, onde pelo dobro (ou mais) do preço, são feitos (ou adquiridos) bens pela metade, ou em quantidade, ou em qualidade, ou ambos. O cidadão contribuinte, aquele que paga a conta, está mais do que cansado de ver este tipo de situação. Precisamos deixar de ser alvo de corruptos no que de mais sagrado que existe para uma comunidade trabalhadora e de bem, que são seus impostos, e queremos, isso sim, ver nossos recursos sendo usados para o bem de todos e não para o locupleto de poucos.
Parabéns para a Policia Federal. Difícil será um cidadão de bem não ficar orgulhoso de termos uma instituição deste porte moral no pais.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Paradoxos Surrealistas / Folha do Sul - 10.Novembro.2014



Paradoxos Surrealistas

Salvador Dali (1904-1989) foi um artista espanhol mais conhecido pelos seus trabalhos em pintura. As cores fortes de seus quadros, temas como relógios que se derretem e fundem, bigodes extravagantes e o amor pela musa inspiradora Gala (sua esposa de 1934 até a morte da mesma em 1982) são marcas conhecidas deste grande artista que adotou em muitos dos seus trabalhos a linha conhecida por Surrealismo. À primeira vista, os quadros de Dali parecem ter saído de algum manicômio, mas quando se busca os detalhes e o contexto em que estão colocados, nos trazem para uma reflexão profunda do mundo em que estamos vivendo.
Talvez um artista surrealista pudesse encontrar inspiração no momento político brasileiro atual, de fortes cores, para disser o mínimo. Acabamos de sair de uma eleição, e esta saída, com a vitória da candidata da situação, tem todas as cores de um quadro de Salvador Dali, com situações surreais em que tudo parece estar ao avesso.
Ao longo do período eleitoral tivemos todo tipo de golpe baixo, com acusações muitas vezes de baixo calão. Poderíamos dizer que até ai tudo bem, pois baixaria em eleição é normal, visto o nível em a luta política é muitas vezes travada. Fica apenas o registro que a pancadaria acabou muitas vezes resvalando para o lado pessoal. Após a apuração, ocorreram denúncias de todo tipo sobre “problemas” na contagem dos votos, muitas destas denúncias referentes ao uso da urna eletrônica, na verdade uma enxurrada de denúncias. No dia da eleição, urnas apuradas, era visível a preocupação da presidente reeleita, Senhora Rousseff, com o fato adicional, mas relevante, de que sua vitória tinha sido pela menor margem possível.
Estas são as cores do fundo do nosso quadro surrealista. A presidente diz querer diálogo, mas dialogar o que e com quem? O seu próprio partido perdeu força no parlamento e o principal partido aliado mostra sinais de que não tem intenções de ficar em um barco à deriva, ou pior naufragando. O candidato derrotado, Senhor Neves, foi recebido no Senado com ovação, enquanto a Senhora Rousseff apresenta pouca ou nenhuma visibilidade. Um marciano que pousasse aqui hoje, diria que o vitorioso foi o Senhor Neves, o qual, agora alçado a líder da oposição, deixou bem claro que qualquer diálogo passa pelas investigações dos escândalos.
A cor mais forte fica por conta da apuração em si. O partido derrotado resolveu fazer um pedido menor e relativamente inócuo de auditoria do modo como foi conduzida a eleição. O tribunal em que foi julgado o pedido resolveu acatar a maioria dos pedidos da ação, menos que fosse colocado o nome “auditoria”. Vitória para os dois lados! Não há coração surrealista que aguente. Mesmo assim pouco temos a esperar de resultados concretos imediatos desta investigação. Podemos ter a esperança que pelo menos acabem com esta estória de urna eletrônica, uma aberração tecnológica em que nunca iremos ter certeza do resultado final, em que sempre irá ocorrer a suspeita de fatos mal contados. E mancha de suspeição em eleição é algo que fica marcado!
Para completar o drama, o governo resolve, logo após a eleição, aumentar juros e combustíveis, coisas que se acusava o Senhor Neves de fazer cair sobre o pais como uma verdadeira bomba cataclísmica. Olhando tudo junto, não é de se estranhar que mesmo antes da posse dos novos parlamentares, que o atual congresso já esteja com muita, mas muita mesmo, má vontade, para aprovar o que quer que seja da Senhora Rousseff. A consciência de que boa parte do eleitorado não aprova o atual governo faz com que muitos parlamentares coloquem o seu voto na Internet, para que todos saibam.
Com isso fechamos nosso quadro, apesar de parecer louco, de louco nada tem, muito lógico na verdade. A Senhora Rousseff ganhou a eleição, como, não importa, mas terá que governar um pais com uma crise econômica e política que não pode mais acusar antecessores de terem provocado, e pior, com uma grande parcela do eleitorado e do parlamento contra ela. Caso não consiga reverter a difícil situação em que a nação se encontra, mais fortes irão ficar as cores contra ela neste quadro digno da genialidade de Salvador Dali.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Progresso... pelo menos no trânsito / Folha do Sul - 3.Novembro.2014



Progresso... pelo menos no trânsito

Hora de dar uma folga para a política. Todos nós temos de voltar para o dia a dia, e esquecer o stress que foram estes dois meses de campanha eleitoral. Uma nova acomodação entre as forças políticas irá certamente ocorrer. Necessidade de mudanças na política econômica, pais rachado, governo com menos força, uma oposição mais forte mas que ainda precisa mostrar para que veio, e assim por diante. Isso tudo já está em outras noticias e seria desnecessário repetir tudo de novo. A preocupação fica por conta da polarização e como poderemos lidar com isso. Quer queiramos, quer não, pisamos todos o mesmo chão do pais chamado Brasil e respiramos os ares da nação brasileira. Fica no ar o pedido de auditoria na apuração solicitado pelo PSDB e as manifestações de sábado por todo pais, a maior em São Paulo, demonstrando a insatisfação nítida de parte da população com o formato da eleição.
A parte provavelmente mais importante de tudo isso e a que é esperada pela nação é qual será daqui para a frente a política econômica. O aumento nos juros e nos combustíveis são preocupantes assim como o déficit nas contas do governo. Mas nada que não se possa administrar pois já estivemos em situação pior, muito pior. Os mais jovens podem pensar que é uma brincadeira pois não viram uma inflação de quase 100% ao mês, por isso parece até estória da carochinha. As incertezas do dia a dia em que estivemos entre os anos 80 e 90, junto com a crise econômica da moeda, ou melhor de varias, já que trocamos varias vezes de nome nas notas, havia também a crise política que não arrefecia: fim do governo militar, impeachment de Collor, etc. O clima de incerteza era extremo e o pais viveu naqueles anos uma situação difícil, muito difícil. Uma política econômica que não nos leve de volta para esta situação e que pelo contrário, nos tire do atoleiro atual da estagnação econômica em que nos encontramos, é certamente esperança de todos nós, independente de sigla partidária ou governo.
A boa noticia vem paradoxalmente da política para (ou melhor contra) crimes e infrações no trânsito. As multas de trânsito irão ficar agora mais caras, muito mais caras com outras penalidades para os “pisadores da bola”. Ao longo do tempo, tem havido mudanças na legislação no sentido de uma maior repressão aos infratores. O uso da lei mostrando que existem consequências para maus atos continua sendo a melhor barreira para coação de abusos. Ao longo de quarto de século, muita coisa aconteceu neste particular. Mudança no código de trânsito, lei seca, etc. As multas e penalidades mais altas apenas sinalizam que definitivamente as autoridades não estão mais tão tolerantes como antes. Certamente o Brasil não merece ter dezenas de milhares de mortes e feridos, incluindo mutilados, todos os anos estradas e ruas afora, praticamente uma guerra todos os dias debaixo dos nossos narizes. Muito já foi noticiado sobre o assunto, incluindo-se ai motoristas bêbados achincalhando a policia depois de terem causado acidentes terríveis, imprudência colocando em risco a vida alheia, e assim por diante.
A lei como fator de detérrent é ainda a melhor política a ser usada. A ninguém é dado o direito de fazer algo se desculpando de que não sabia da lei. Assim reza a introdução ao código civil, de 1942. O mesmo brasileiro que vemos por aqui fazendo muitas vezes coisas abomináveis no trânsito, este mesmo brasileiro, se comporta de forma exemplar em outros países. Tanto é assim que quase não se escuta falar em brasileiros metidos em problemas sérios no trânsito mundo afora. Se somos exemplo no mundo todo, por que não mostrarmos isto aqui mesmo, onde afinal é a nossa casa?
As multas mais caras e penalidades mais duras, incluindo ai penas de cadeia, deverão trazer um melhor comportamento dos nossos motoristas e como consequência uma redução nos tristes números das estatísticas que em nada nos enaltecem. Fica a esperança de um dia poder abrir o jornal e ler que o Brasil é o pais com o menor número de acidentes no trânsito e por consequência de mortos, de preferência nenhum. Fica também a esperança de não usarem este resultado, fruto da luta de todos, em campanhas eleitorais que mais soam a barraco que a um debate sério.

Os Desafios à frente / Folha do Sul - 27.Outubro.2014



Os Desafios à frente

Escrevo estas breves linhas faltando algumas horas para o fechamento das urnas onde iremos, como povo livre e soberano, decidir qual será o nosso caminho nos próximos anos. O rufar dos tambores desta campanha eleitoral foram tão ou mais intensos que os da distante campanha de 1982 para governadores. Naquela ocasião, de transição da ditadura para a democracia, tínhamos a sensação de que mais do que nunca que o destino do pais seria decidido ali. Uma campanha com tal intensidade mostra o quanto o brasileiro está mais do que nunca consciente do seu pais e da responsabilidade que temos com ele. Lamentavelmente o nível do debate nem sempre foi o melhor. Um comentarista (Boechat da Band) chegou a comentar que o nível não era baixo, simplesmente não havia nível nenhum.
Enfim neste instante a nação e o estado decidem seus rumos. Seja para presidente ou governador, iremos escolher entre a situação e a oposição. Mas alguns pontos já ficam claros, pois os dois candidatos ao governo federal já deixaram bem claro que irão ocorrer mudanças. Obviamente estas mudanças serão mais intensas se o Sr Neves vencer o pleito, não apenas uma mudança de nomes e correções mais leves de rumo como preconizado pela Sra Dilma. Isto até se justifica por haver no fundo de cena uma batalha ideológica que muitas vezes foi deixada de lado pelos lados em disputa.
A inflação irá estar no centro da questão. Aumentos significativos na energia e em outras áreas já tinham sido anunciados ou deixados nas entrelinhas. O nível de desemprego estará certamente dentro dos alvos do governo. A questão que fica é como se tirar o pais de uma possível estagflação (estagnação com inflação) pela qual já passamos antes e nesta reação podermos encarar crescimento econômico com níveis inflacionários mais baixos que os atuais. Certamente ficou claro que a maioria do eleitorado, pelo menos esta é a percepção, está preocupada com isto. Uma continuação da atual política econômica poderá (ou não) resultar em desastre ano que vem de proporções esmagadoras. Considerando o racha da eleição, certamente quem ganhar terá que ter muita atenção com esta parte devido à possível fragilidade institucional resultante e da qual estão bem conscientes os possíveis futuros gestores, seja a atual inquilina do Palácio do Planalto, seja o aspirante.
Fica bastante claro que com o possível acirramento da crise econômica e do aumento do desemprego, que uma escalada dos níveis de violência, principalmente nos grandes centros, será inevitável. Qual serão as medidas efetivas que serão tomadas? Promessas de campanha terão de ser traduzidas em fatos e atitudes concretos. Até que ponto a sociedade brasileira irá aceitar uma política que muitos identificam como fraca da parte do estado. Uma integração entre o governo federal e o estadual para se não frear totalmente, pelo menos diminuir significativamente os níveis de violência, parece ser de suma importância para que os recursos alocados à esta importante área cheguem ao seu destino.
A área de educação deverá continuar a ter a atenção que lhe tem sido dispensada. A verdade é que o nível educacional do brasileiro tem melhorado continuamente. Nesta eleição teremos mais eleitores com nível educacional médio que os com básico como constatação desta realidade. Mais que cumprimentar governo A ou B devemos tirar o chapéu para o povo brasileiro pois é dele sim o mérito desta mudança. O governo, seja A ou B, faz o seu papel, que aliás é sua obrigação constitucional.
Termino assim este artigo cumprimentando todos aqueles que ao depositar o seu voto na urna (este termo se mantém apesar da urna eletrônica...), independente do candidato escolhido, mostraram a devida preocupação com o pais em que vivem. Prova maior da evolução positiva do povo brasileiro que esperemos que os governos eleitos, estadual e federal, saibam acompanhar.