terça-feira, 4 de novembro de 2014

Os Desafios à frente / Folha do Sul - 27.Outubro.2014



Os Desafios à frente

Escrevo estas breves linhas faltando algumas horas para o fechamento das urnas onde iremos, como povo livre e soberano, decidir qual será o nosso caminho nos próximos anos. O rufar dos tambores desta campanha eleitoral foram tão ou mais intensos que os da distante campanha de 1982 para governadores. Naquela ocasião, de transição da ditadura para a democracia, tínhamos a sensação de que mais do que nunca que o destino do pais seria decidido ali. Uma campanha com tal intensidade mostra o quanto o brasileiro está mais do que nunca consciente do seu pais e da responsabilidade que temos com ele. Lamentavelmente o nível do debate nem sempre foi o melhor. Um comentarista (Boechat da Band) chegou a comentar que o nível não era baixo, simplesmente não havia nível nenhum.
Enfim neste instante a nação e o estado decidem seus rumos. Seja para presidente ou governador, iremos escolher entre a situação e a oposição. Mas alguns pontos já ficam claros, pois os dois candidatos ao governo federal já deixaram bem claro que irão ocorrer mudanças. Obviamente estas mudanças serão mais intensas se o Sr Neves vencer o pleito, não apenas uma mudança de nomes e correções mais leves de rumo como preconizado pela Sra Dilma. Isto até se justifica por haver no fundo de cena uma batalha ideológica que muitas vezes foi deixada de lado pelos lados em disputa.
A inflação irá estar no centro da questão. Aumentos significativos na energia e em outras áreas já tinham sido anunciados ou deixados nas entrelinhas. O nível de desemprego estará certamente dentro dos alvos do governo. A questão que fica é como se tirar o pais de uma possível estagflação (estagnação com inflação) pela qual já passamos antes e nesta reação podermos encarar crescimento econômico com níveis inflacionários mais baixos que os atuais. Certamente ficou claro que a maioria do eleitorado, pelo menos esta é a percepção, está preocupada com isto. Uma continuação da atual política econômica poderá (ou não) resultar em desastre ano que vem de proporções esmagadoras. Considerando o racha da eleição, certamente quem ganhar terá que ter muita atenção com esta parte devido à possível fragilidade institucional resultante e da qual estão bem conscientes os possíveis futuros gestores, seja a atual inquilina do Palácio do Planalto, seja o aspirante.
Fica bastante claro que com o possível acirramento da crise econômica e do aumento do desemprego, que uma escalada dos níveis de violência, principalmente nos grandes centros, será inevitável. Qual serão as medidas efetivas que serão tomadas? Promessas de campanha terão de ser traduzidas em fatos e atitudes concretos. Até que ponto a sociedade brasileira irá aceitar uma política que muitos identificam como fraca da parte do estado. Uma integração entre o governo federal e o estadual para se não frear totalmente, pelo menos diminuir significativamente os níveis de violência, parece ser de suma importância para que os recursos alocados à esta importante área cheguem ao seu destino.
A área de educação deverá continuar a ter a atenção que lhe tem sido dispensada. A verdade é que o nível educacional do brasileiro tem melhorado continuamente. Nesta eleição teremos mais eleitores com nível educacional médio que os com básico como constatação desta realidade. Mais que cumprimentar governo A ou B devemos tirar o chapéu para o povo brasileiro pois é dele sim o mérito desta mudança. O governo, seja A ou B, faz o seu papel, que aliás é sua obrigação constitucional.
Termino assim este artigo cumprimentando todos aqueles que ao depositar o seu voto na urna (este termo se mantém apesar da urna eletrônica...), independente do candidato escolhido, mostraram a devida preocupação com o pais em que vivem. Prova maior da evolução positiva do povo brasileiro que esperemos que os governos eleitos, estadual e federal, saibam acompanhar.

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