segunda-feira, 15 de abril de 2013

Necessidade de Mudanças - Folha do Sul / 15.Abr.2013

Necessidade de Mudanças

          Sempre somos levados a pensar que o chamado “Sistema Penal”, incluindo-se ai policia, juízes, promotores, penitenciarias, etc, é feito para “punir”. Nas modernas sociedades não é exatamente este o entendimento. As assim chamadas “penas” existem para, principalmente nos casos graves, tentar ressocializar o infrator e mostrar aos demais que aquele tipo de ato tem consequências. A sociedade brasileira já tomou consciência há muito tempo que penitenciarias em estado precário significam apenas “escolas do crime” onde muitas vezes um pequeno infrator entra ali como tal e sai um bandido diplomado. Por outro lado certamente ninguém gosta de saber que os nossos impostos são gastos demasiadamente com isto. Ficamos assim entre o martelo e a bigorna: melhorar o sistema carcerário em detrimento de outras áreas (educação, saúde, e o próprio judiciário) ou deixar que as cadeias sirvam para “aprimoramento” de criminosos.

Se tratando dos assim chamados “menores”, isto fica ainda pior. Começando pela legislação: nossas leis nesta área tem raízes de mais de um século! Um “menino” de 16 anos já têm consciência no mundo atual (televisão, internet, escola, etc) do que é certo e errado ao contrario de meio século atrás. Isto é um fato e não adianta dizer o contrario para o cidadão que paga no final as contas (leia-se imposto). Não importa se o perpetrador é “maior ou menor”. Ele, o cidadão, simplesmente não quer ser vítima de assalto ou coisa pior, seja de um ou de outro. O sistema existe, pelo menos na teoria, para proteger os cidadãos, que são os que pagam a conta no final! O esforço da policia para capturar um criminoso (maior ou menor) é sempre custoso em termos financeiros, quando não com a vida de um policial.

Fica aqui a pergunta: até quando a Sociedade Brasileira irá se dar ao luxo de deixar que criminosos (muitas vezes escolados na “área”) sejam presos e em seguida soltos por serem menores de idade, para em seguida cometerem crimes maiores ainda?

Argumentasse que se a maioridade for baixada para 16 que os traficantes irão usar meninos de 15, e assim por diante, até que iremos ter meninos de 5 anos armados com Uzis e granadas... Este tipo de argumento é meio deturpado. Hoje damos aos cidadãos de 16 anos, o direito de dirigir, de votar, etc. A sociedade, desta forma, mostra ter consciência de que os jovens de hoje são mais maduros e conscientes que antes. Mas direitos maiores também devem trazer deveres maiores. Isto infelizmente não é bem assim. A chamada “emancipação” (artificio legal para dar aos jovens o poder de tirar carteira) significa que um poder imenso é dado a um jovem e as consequências (que podem incluir acidentes com morte) serão dos seus pais. Esta atitude leniente leva ao que acontece, em que jovens se sentem com o poder de fazer o que querem sem nenhum respeito pelos demais, pois sabem que o sistema legal irá de um jeito ou de outro protege-los.

A redução da maioridade para 16 anos é um clamor da sociedade que os nossos congressistas em Brasilia estão tendo que escutar. Assim como no caso da embriaguez ao volante, a repressão de crimes cometidos por menores terá que ser revista. O caso do jovem assassinado em São Paulo por um “menor” que deverá ser solto em breve, para provavelmente cometer outras barbaridades, um entre inúmeros outros casos semelhantes, é sintoma de que o sistema penal não está funcionando adequadamente e que mudanças são necessárias. Qual a lógica em ficarmos sem um jovem de futuro promissor, não ressocializarmos o assassino e deixarmos a mensagem de que até os 18 anos nada tem consequências, mesmo um assassinato?

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