O Rei e o Presidente
O primeiro nome é o do Senhor Irineu
Evangelista de Souza, conhecido como pioneiro da industrialização, vindo de
berço humilde, órfão de pai, através de esforço pessoal, conseguiu através de
muito trabalho um patrimônio maior que o orçamento anual do Império e chegou ao
título de Barão, e depois Visconde de Mauá. Era radicalmente contra a
escravidão e acreditava que o futuro do Brasil estava ligado a
industrialização, tendo sido pioneiro em várias áreas tais como ferrovias,
estaleiro, transporte com barcos a vapor no Amazonas e no Guaíba, iluminação
pública no Rio de Janeiro, instalação do cabo submarino entre o Brasil e a
Europa, etc. Suas ideias sempre foram consideradas perigosas pela elite conservadora,
a qual fez de tudo para arruiná-lo. No seu auge, o povo dizia que no Brasil
havia um Imperador, D. Pedro II e um Rei, o Barão de Mauá. Mesmo depois de
levado a bancarrota por seus inimigos, conseguiu se reerguer e ao falecer, tinha
o coisa que mais lhe era cara no mundo dos negócios: um nome limpo.
O segundo nome é o do Senhor Getúlio
Vargas, também conhecido como “pai dos pobres”. Apesar de toda a polêmica
política que cerca a trajetória de Vargas (presidente de 1930 a 1937, ditador
de 1937 a 1945 e novamente presidente de 1951 a 1954), certamente ninguém irá
contestar o fato de que o rompimento com o passado “café com leite” (em que a
elite agrária de São Paulo divida o poder com a de Minas Gerais em eleições em
geral fraudulentas) foi fruto e obra dele e do seu grupo e que o pais que nos
foi passado é totalmente diferente daquele que existia no inicio do século 20.
A herança de Vargas inclui indústria siderúrgica, Petrobrás e toda uma série de
incentivos para que o pais entrasse nos trilhos da modernização. Também Vargas
foi alvo de tenaz oposição dos conservadores que não descansaram até que por
fim o suicídio levou ao fim da vida deste grande brasileiro. Mas da mesma forma
que Mauá, o resgate histórico da trajetória de Vargas nos é dado por sua carta
testamento onde ele diz: “Eu vos dei
minha vida, agora ofereço minha morte. Não receio, serenamente dou o primeiro
passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar para entrar na
História”.
Mauá é natural de Arroio Grande, na
época distrito de Jaguarão e Vargas é natural de São Borja e ambos faleceram no
que hoje é o Estado do Rio de Janeiro. A trajetória de ambos é marcada pela
oposição dos conservadores e ambos souberam se manter firmes nas suas ideias.
Que dois nomes de tal grandeza na história brasileira sejam oriundos da nossa
região deve e tem que ser motivo de muito orgulho para os membros da nossa comunidade da
fronteira.
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