Uma figura
humana
Filho de uma família de classe média
alta, foi estudante e mais tarde professor de Cambridge. Sua reação ao não
passar em um exame público foi apenas disser que os examinadores sabiam menos
que ele. Mais tarde na vida recebeu o título de Barão de Tilton, ganho por seu
valor e não por herança.
Na época de Keynes, o debate era entre
liberalismo e comunismo. Talvez pelas ideias keynesianas ficarem no meio do
espectro de ideias, Keynes era considerado pela esquerda como um representante
do capitalismo e pela esquerda como um comunista perigoso. Nada mais perigoso
que advogar ideias que são novidade...
Ao fim da Primeira Guerra, sendo
convidado a participar da Conferência de Versalhes, sua posição foi de
rejeição às indenizações que foram impostas à Alemanha. “Paz Cartaginesa” foi
como ele descreveu o acordo afirmando que ao pedirem uma indenização vultuosa,
França e Inglaterra estariam apenas punindo toda Europa, incluindo eles mesmos.
Os acontecimentos que se seguiram nos próximos 15 anos, principalmente a
ascensão de Hitler mostrou o quanto ele estava certo. Nos seus escritos ele
inicialmente descreve Lloyd George, chefe da delegação inglesa, como aquele
“menestrel pé de bode”. Mas ninguém é perfeito, mais tarde Keynes tirou a
expressão do texto.
Criticou com firmeza a atitude de
Churchil de voltar ao padrão ouro que causou, com os desequilíbrios cambiais
resultantes, desemprego na Inglaterra e finalmente foi um dos grandes fatores
da quebra da bolsa em Nova York, que colocaram o mundo todo na Grande
Depressão.
Com o desemprego batendo em quase 50 %
nos Estados Unidos, finalmente as ideias keneysianas foram postas em prática
pelo Presidente Roosevelt, inicialmente de forma tímida, e mais tarde com a
Segunda Guerra, de forma intensa. A proposta era simples: aumentar o nível de
emprego pelo aumento dos gastos do governo em obras públicas e assim manter a
atividade econômica funcionando. A represa Hoover nos Estados Unidos é uma das
obras desta época. Com a guerra, o gasto estatal em defesa foi nas alturas e
com ele toda a economia americana foi reativada.
Keynes, tendo vivenciado a Grande
Depressão, tinha um grande sentimento de perda pessoal ao ver tanta gente
desempregada e faminta nas ruas. Suas posições são mais do que um economista, a
de um humanista preocupado com uma sociedade melhor.
Hoje nos defrontamos com um inicio de esfriamento
econômico no pais. Temos milhões de coisas a serem feitas, temos mão de obra,
temos a tecnologia, temos o dever moral de pedir uma melhoria na
infraestrutura. Talvez apenas uma releitura de Keynes e uma lista de
prioridades pudessem ajudar para serem dados inicio em obras estatais de vulto
para que junto com uma melhoria da infraestrutura possamos manter um nível
aceitável de funcionamento do mecanismo econômico e também evitarmos o que
sempre foi o grande fantasma do Brasil moderno: o Desemprego.
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