Proposta do
Polo Carboquímico em Candiota
Afonso Hamm
A Frente Parlamentar Mista em Defesa
do Carvão Mineral, a qual eu presido, participou, nesta semana, de audiência
com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, e o
secretário executivo, Luís Antônio Elias. Estavam presentes o presidente da
Associação Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Zancan, os deputados Edinho
Bez (PMDB/SC), Ronaldo Benedet (PMDB/SC) e o senador Luiz Henrique da Silveira
(PMDB/SC).
O Brasil, nos próximos 20 anos, precisa dobrar seu parque de geração de energia
elétrica. Com a necessidade das usinas térmicas e de produzir gás no país, o
carvão nacional, maior recurso energético brasileiro (66,7% do total), tem que
estruturar ações que visem a sua inserção definitiva na matriz energética
brasileira. Queremos modernizar esses parques, com enfoque ao meio ambiente e à
potencialização de todos esses investimentos. O suporte tecnológico virá da
pesquisa da inovação e desenvolvimento com apoio do Ministério da Ciência e
Tecnologia.
O setor já contou com o apoio deste Ministério na destinação de recursos à Rede
Carvão e à execução do Roadmap Tecnológico para o Carvão elaborado pela CGTEE.
Para dar continuidade à atenção voltada ao segmento, desta vez, apresentamos
nova pauta de reivindicação pautada na abertura de Edital CNPq (ou Finep) na
área de Carvão Mineral para financiamento de Bolsas de Estudo em diversas
áreas; para financiamento de Projetos de Pesquisa, Equipamentos de Pesquisa e
apoio à indústria em suas demandas junto aos fundos de financiamento do BNDES.
Outra solicitação é para que, de médio a longo prazo, seja criado um programa de desenvolvimento
tecnológico da produção e do uso do carvão mineral nacional dentro de uma
economia de baixo carbono, baseado nas ações sugeridas no Roadmap Tecnológico
do Carvão Mineral.
CANDIOTA
CANDIOTA
Durante audiência, apresentamos ao ministro importante proposta pautada pela
Associação Pró-Carvão, fundada em 2012, em Candiota, no sentido de defender a
adoção dessa nova tecnologia em projetos futuros de termoeletricidade a carvão
mineral, em conjunto com a Unipampa. A proposta visa à instalação de um Polo
Carboquímico em Candiota, em parceria com as esferas governamentais, que
poderia fornecer o syngás (gás de síntese do carvão mineral) para possíveis
empreendimentos termoelétricos na região. A sugestão da Associação é para a
criação de um programa de pesquisa e inovação no desenvolvimento de um
gaseificador que utilizasse o carvão mineral com as características do carvão
gaúcho. Esta proposta chegou ao meu conhecimento pelo senhor Anselmo Malaguez,
da Associação Pró-Carvão de Candiota, e pelos professores da Unipampa Jocemar
Parizzi e Sérgio Meth, que escreveram um artigo sobre “Carvão Limpo –
Tecnologia para não Poluir”. Eles sugerem a utilização da Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) para esse objetivo.
No artigo dos profissionais da Unipampa é citado que existem tecnologias
capazes de fazer uso do carvão para gerar energia elétrica com baixíssimos
índices de emissão de CO2 equivalente. Ainda aponta que a gaseificação do
carvão é um processo que, sob temperatura e pressão elevadas, converte-o em um
gás de síntese (syngas) composto de H2 e impurezas de CO, as quais podem ser
removidas resultando em um combustível rico em H2. Tecnologias de captura de
carbono, que estão em operação comercial há muitos anos, oferecem capacidade
eficiente e rentável de remover o carbono do syngas após a queima. O gás resultante
final, após a queima, é essencialmente livre de carbono.
Atualmente, o Brasil possui imensas reservas de carvão de excelente qualidade
para aplicações com gaseificação e há tecnologia consolidada e disponível
comercialmente para ser aplicada em novas plantas, com menor custo de redução
de emissões de poluentes e uma maior eficiência na produção de energia.
Durante audiência com o ministro, aproveitamos para entregar o convite da
abertura do IV Congresso do Carvão Mineral, que será no dia 23 de agosto, às
18h, no Centro de Eventos da Ufrgs, em Gramado.
Folha do Sul – 18/04/2013
Coluna de Afonso Hamm
Deputado federal pelo Rio Grande do Sul
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