Racismo
A origem do homem, até onde vão os achados
arqueológicos, foi na África. Mesmo a diversidade genética é maior na população
deste continente, indicando que a espécie humana está ali presente há mais
tempo que em outros continentes. Em comparação, a presença do homem na América
aparentemente tem menos de 20.000 anos e é exatamente na população nativa
americana que temos a menor variação de genes. Esta variação é no entanto
bastante pequena e dentro do conceito biológico continuamos a mesma espécie em
todo o globo. As variações reais porventura existentes são também muito
pequenas para serem de qualquer importância. Diferenças religiosas também são difíceis de serem distinguidas. Fora os simbolismos, todas as religiões
modernas tem praticamente os mesmos conceitos baseados em Amor e Respeito pelo
próximo.
Existem correntes de pensamento econômico em que se
coloca a tese de que o preconceito, seja de cor, religião, etc, é usado por
parte do sistema econômico para com isso manter um exército de mão de obra
barata. Isto na verdade é mais antigo que pensamos. A palavra slave (escravo em inglês) vem do nome étnico “eslavo” pois era na região onde hoje se encontra a
Rússia que os Vikings entravam mil anos atrás para capturar escravos e vende-los
nos mercados árabes. Muitos povos usaram isso para justificar dominação sobre
outros. Romanos sobre bárbaros germânicos, portugueses, espanhóis. ingleses,
etc, sobre populações africanas e nativas das Américas, etc. Finalmente tivemos
neste século o uso da ideologia nazista para justificar a escravização e extermínio de judeus e ciganos na Europa. O fim pelo menos oficial deste tipo
de prática (de discriminação) é um grande passo na história da humanidade. As
lutas políticas e sociais ao longo dos últimos cem anos tiveram como pano de
fundo uma melhor relação entre os seres humanos para que estas diferenças se
tornem coisa do passado. A luta pelos direitos civis nos Estados Unidos tem
muito a ver com este desenvolvimento.
Também é importante salientar que todos os povos
tiveram ou tem momentos de grandeza que hoje podemos perceber numa perspectiva
histórica mais ampla. Culturas riquíssimas tem origem em etnias que tiveram
momentos de grandezas mas também momentos de depressão. Nada mais exemplar da
nossa origem comum como seres humanos.
A continuação de um racismo escondido é algo a ser
combatido. Na verdade os racistas se tornam cada vez mais uma minoria incomoda
e isolada numa humanidade que se quer melhor. Alguem que tenta diminuir outra
pessoa por causa de cor, origem étnica ou religião demonstra apenas ter na
verdade inveja de quem tenta atingir. Ficariam melhor se guardassem a inveja e
o rancor para si.
As palavras de Martin Lutter King ainda ecoam tão
verdadeiras hoje como há cinquenta anos atrás: o sonho de irmandade entre as
pessoas tendo como base a nossa origem comum, que cor da pele ou crença social
não sejam mais barreiras de ódio para dividir as pessoas e as comunidades.
Resta apenas esperar que o sistema legal atue no
sentido de reprimir este tipo de comportamento pois não basta a consciência
social. Tivemos aqui no Brasil muito progresso nesta area mas ainda há muito a
ser feito. As ofensas recentes em um campo de futebol são a ponta de um iceberg
que precisamos saber desnudar e enfrentar se nos pretendemos como uma sociedade
melhor e realmente exemplo e luz para o mundo.
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