domingo, 22 de junho de 2014

Ecologia / Folha do Sul - 19.Maio.2014



Ecologia

No livro do Gênesis na Bíblia, temos a passagem, após a criação do homem, em que são dadas para o casal inicial e para as gerações vindouras, a Terra e seus habitantes, para uso e desfruto. Algumas páginas adiante e temos o capítulo de Noé, onde a maldade do homem, ou seja, a destruição do meio ambiente (e também contra a própria espécie) é posta de maneira enfática. Na antiga sabedoria dos antigos é feita uma colocação de condenação da destruição da natureza e assim dos recursos naturais, teoricamente suficientes para sustentação da espécie humana, mas que usados de forma irracional seriam a fonte (negativamente pelo esgotamento destes recursos) de destruição da espécie que deveria ser a mais racional de todas. O Senhor Noé é posto claramente como um justo (do hebraico “tzadik”) no texto original, mas de acordo com as traduções, este nome pode variar e ele é apresentado no texto como o primeiro defensor da ecologia ao contrario dos seus conterrâneos que apenas queriam destruir o ambiente e os seres ao redor para assim tomar proveito sem limites dos recursos naturais.
Tirando as exigências de exatidão histórica dos que querem interpretar o texto ao pé da letra, temos uma profunda mensagem moral de defesa da natureza e de como o homem pode tirar vantagem da mesma sem agredi-la. Para aqueles que gostam de interpretar a Bíblia em cada palavra, podemos lembrar que muitos povos ao redor do mundo, incluindo tribos indígenas brasileiras, tem estórias semelhantes e que também existe uma camada de lama na região mesopotâmica que aparentemente coincide com o período do texto da Bíblia. Controvérsias a parte, a verdade é que se maltratarmos a Natureza de forma excessiva, a mesma acabara se voltando contra nós. Temos que fazer com que sejamos sócios e parceiros na mesma direção.
Aqui no Brasil um grande caminho foi percorrido. As entidades governamentais são cada vez mais vigilantes e atuantes e a sociedade é também mais e mais consciente do problema. Mas ainda temos muito a fazer. Temos uma das maiores diversidades biológicas do planeta. Como exemplos deste ponto de vista, podemos dizer que mal fazemos ideia do número de medicamentos que podem ser descobertos nesta diversidade, o turismo ecológico está cada vez mais forte e assim por diante. Já vai longe o tempo em que se dizia com muita naturalidade que “poluição era sinônimo de progresso”.
Numa terra de grandes florestas e ambientes ecológicos diversos, precisamos cada vez mais pensarmos na mensagem da passagem de Noé. Uma vez extinta uma determinada espécie, a não ser por um milagre, teremos perdido parte de nossa herança, e a nossa herança em termos de Natureza é com certeza uma bênção de Deus.

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