segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Crise, Oportunidade e Esperança / Folha do Sul - 16.Decembro.2013



Crise, Oportunidade e Esperança

Cerca de dois anos atrás, através de uma palestra na Câmara dos Vereadores de Bagé, divulguei a ideia de um Polo Carboquímico em Candiota. Eu já tinha lançado esta ideia em palestras na própria Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) e para a Prefeitura de Candiota. Depois disso muita água passou debaixo da ponte. A ideia que a principio parecia para alguns fora do contexto, e para outros completamente insana, ganhou vida e forma. Hoje se  tornou talvez a grande saída para a crise que o setor carbonífero está se defrontando.
O ideograma chinês para crise é o mesmo que para oportunidade. Este é o contexto que hoje nos defrontamos com os leilões de energia. Além dos obstáculos que são postos sob o título “ambiental”, também está bem claro que a energia do carvão está mais cara que outras alternativas: hidráulica a R$ 95/MWh e eólicas a R$ 119,03/MWh. Para efeito de comparação, R$ 144/MWh não seria um valor viável para termelétricas a carvão. Com o fim, pelo menos por enquanto, destes leilões, tem-se uma situação de crise, sem que nenhum empreendimento a carvão tenha sido contemplado. Mas como no ideograma chinês, a crise também significa oportunidade.
O carvão de Candiota apresenta características extremamente adequadas para o processo de gaseificação, que é o ponto de partida em qualquer processo moderno para aproveitamento do carvão na obtenção de produtos normalmente petroquímicos. Novos interesses estão aparecendo, tanto nacionais como estrangeiros para uso do carvão usando esta rota. Isso agora começa a parecer como o grande caminho pois o uso do carvão na carboquímica permite um aproveitamento econômico muito melhor, além de gerar menos resíduos.
A alavancagem política começa a dar frutos, frutos poderosos. Na viagem do governador Tarso a China estiveram também o prefeito de Candiota, Sr. Luis Carlos Folador e representantes da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI). Um elogio deve ser feito em particular ao prefeito Folador: seu apoio ao projeto foi integral desde o primeiro momento que lhe foi apresentado o projeto na UNIPAMPA, quando muitos duvidavam da exequibilidade do mesmo projeto. Graças ao prefeito Folador e seu comprometimento, tanto político como pessoal, o projeto ganhou asas e hoje aparentemente tem voo próprio, distante dos corredores acadêmicos.
Com o lançamento econômico político do projeto de um Polo Carboquímico, novos caminhos e rumos poderão ser traçados e assim, como já foi dito e repetido, mudanças, positivas e alavancadoras de progresso, estarão a caminho para a nossa região.
Talvez esta seja a maior contribuição que uma instituição como a UNIPAMPA pode trazer para a região, além, é claro, da formação de jovens: novas ideias, não apenas uma ou outra ideia de impacto, mas todas as ideias que pessoas que passaram anos se debruçando em estudos e pesquisas podem trazer para cá. Para estas ideias, de mudanças, de novos rumos, apenas um nome pode significar tudo: Esperança.

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