quarta-feira, 5 de junho de 2013

Globalização - Folha do Sul / 3.Junho.2013



 Globalização

Na Antiguidade, no chamado Velho Mundo (África, Ásia e Europa), dois mil ou mais anos no passado, dois grandes blocos de civilização evoluíram: no lado europeu, o Império Romano e no Extremo Oriente, o Império Celestial (China). Entre os dois existia um grande maciço de terra, através do qual, com grande dificuldade, fluíam mercadorias e ideias. Seda chinesa seria trocada por ouro romano e assim por diante. A grande muralha da China foi erguida muito mais para controle (e taxação) deste comércio do que propriamente para defesa contra os “bárbaros”. Roma não precisou fazer uma obra deste porte visto que o Rio Danúbio constituía uma barreira natural. Com a queda do Império Romano e desordens na China, o mundo entra em um estado letárgico que chamamos de Idade Média. O comércio, mesmo local, ficou a um nível irrisório. Em uma sociedade de “guerreiros, sacerdotes e camponeses” não haveria muito espaço para o comerciante burgues (muito menos para o operariado). Uma pessoa importante seria aquela com terras e camponeses (feudo) e não o capitalista ou político.
As cruzadas iniciadas em 1096 começaram a mudar este panorama. As trocas entre a Europa e o Oriente se aceleram, em um nível ainda tímido, mas suficiente para formar interesses comerciais importantes na Europa (cidades italianas) e no Extremo Oriente. Com o fim das cruzadas, segue-se a conquista de quase toda a Ásia por Gêngis Khan, abrindo-se pela primeira vez na História uma via de acesso regular para fluxo de mercadorias. Com o fim do Império Mongol, esta estrada se fecha novamente, mas o gênio já havia sido despertado. Interessante notar que Cristovão Colombo parte para ter contato com o Império do “Grande Khan”, que no entanto já tinha desaparecido 100 anos antes. Por ai pode-se perceber como eram lentas as comunicações neste mundo ainda muito fechado para si mesmo.
Seguem-se as Grandes Navegações e com elas a Revolução Comercial. Produtos como seda, especiarias, açúcar, etc começam a fluir em quantidades cada vez maior por mercados tais como Antuérpia (Holanda) e Macau (China). Com a Revolução Industrial, produtos antes de luxo se tornam acessíveis para parcelas cada vez maiores da população à nível mundial. Desde a Revolução Comercial, fluxo migratórios intensos ocorrem, entre eles, particularmente, a colonização europeia do nosso Pampa, trazendo toda uma nova cultura para a nossa região. Uma mudança de contornos ao mesmo tempo conservadores e revolucionários!
Com o advento de meios de transporte e comunicações mais eficientes, popularizados particularmente após a Segunda Guerra, o Planeta Terra se torna efetivamente uma ‘Aldeia Global”. O Choque do Futuro de Alvin Toffler se torna não mais futuro, mas um presente bem concreto. Com o advento da Internet, mais do que nunca velhas relações sociais e de produção parecem derreter e novas aparecem.
Além disso, podemos tentar tirar partido disto aqui no nosso Pampa. Temos uma infraestrutura de transportes muito boa, ainda que subaproveitada. Meios de comunicação de primeira. Posso afirmar sem problemas, que em termos de internet, telefonia ou TV a cabo, nada devemos se comparados com os lugares mais desenvolvidos do mundo. Muitos países no mundo não tem nem de leve isto.
As mudanças com a globalização estão ocorrendo e são naturalmente inevitáveis pois como qualquer comunidade, buscamos o melhor. Saber tomar partido das mesmas para que possamos nos desenvolver de forma sadia e não entrarmos no “desenvolvimentismo a qualquer preço” é de suma importância e um grande tema de debate numa comunidade como a nossa que cada vez mais está integrada na “Aldeia Global”. Aproveitarmos as nossas potencialidades e direcionarmos as mesmas dentro deste panorama mundial é super importante para o nosso “salto para o futuro”.

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