terça-feira, 28 de maio de 2013

Brincando com Fogo - Folha do Sul / 27.Maio.2013



Brincando com Fogo

Estamos de volta no mesmo tema: acidentes. O incêndio em Santa Maria foi um marco, pelo menos na prevenção em boates... Será que isto é suficiente? Certamente que não! Deveríamos prestar atenção na velha lei de Murphy: quando algo deve sair errado, ai mesmo é que sai errado. Com o incidente em Santa Maria, escolheu-se as boates em todo o Brasil para serem fiscalizadas, ao extremo. Até mesmo o bar Amarelinho na Cinelândia passou pela caneta dos fiscais. Antes nada disto, neste nível, era feito, e se as coisas se repetem, dentro de mais algum tempo, tudo voltará a normalidade, a não ser que seja feito suficiente ruido para que as chamadas autoridades competentes venham a continuar a cumprir as importante funções que são a elas delegadas.
Mas voltemos a Lei de Murphy. Uma das suas variantes diz que as chances de uma torrada com manteiga cair de cabeça para baixo é tanto maior quanto maior for o preço do tapete onde ela irá pousar. Assim se passa nas situações envolvendo segurança. Quanto mais prevenção existir, menos acidentes ocorrerão, e quanto menos existir, maiores as chances. Isto é tipicamente a Lei de Murphy bem tipificada para a área industrial e comercial.
Quinta feira a noite, no noticiário apareceu uma verdadeira cena de guerra, pensei eu que seria alguma batalha em uma guerra civil em um ponto distante do planeta. Ledo engano: ao escutar as vozes da reportagem em português num sotaque bem peculiar (carioca), me dei conta que estavam falando de Brasil. Na verdade em poucos minutos eu soube a verdade: um depósito de combustíveis tinha pego fogo no Rio de Janeiro, com direito a destruição, mortos e feridos. Eu imediatamente me perguntei: até quando a sociedade brasileira irá tolerar o desleixo dos gestores de negócios não éticos?
Certamente devemos dar os louros para aqueles que no meio de imensos sacrifícios, enfrentando a concorrência, dezenas de impostos, falta de apoio, etc, conseguem erguer grandes empresas. Mas será que devemos aceitar que nossa segurança seja posta em risco por empresários inescrupulosos, para quem apenas interessa o lucro, seja a qualquer custo, sem se importar com a comunidade, empregados, fornecedores, clientes, etc.
A área de armazenamento e distribuição de combustíveis é extremamente valiosa, pois sem a energia do diesel, da gasolina, etc, dificilmente conseguiríamos mover a máquina econômica. Mas devido ao caráter inflamável destes materiais, todo um cuidado deve ser tomado, exatamente para evitar que tragédias ocorram.
Claramente a próxima área a ser fiscalizada, e eu diria com todo o rigor é esta. Mais do que nunca, o poder público tem o dever de nos proteger e, caso tudo esteja dentro das normas em determinada empresa, que esta continue a atuar, caso contrario, que seja autuada e lhe seja dado tempo para mudar os seus procedimentos, em caso de isto não ocorrer, que feche as portas até se adequar.
Antes que ocorra uma nova tragédia, que procuremos buscar bodes expiatórios, que passemos pela tristeza de enterrar, dezenas ou centenas de mortos, podemos tomar a simples providência de pedir as autoridades que simplesmente fiscalizem e façam as exigências cabíveis as empresas. Isto será bom para todos, pois mesmo os empresários ficarão com um patrimônio mais seguro.
Quero lembrar por fim que, devido as mudanças que ocorreram na estrutura de refino, que o óleo diesel, que antes não era inflamável, passou a ser, desde uns anos atrás, e que como a gasolina, devemos ter muito cuidado com este material!
Também devemos dar todo o apoio as autoridades competentes, bombeiros, prefeituras, etc, pois para que cumpram o seu papel, é importante saberem que mais do que nunca, eles tem o apoio da população.

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