terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Os Exemplos / Folha do Sul - 8.Dezembro.2014



Os Exemplos

Seria muita hipocrisia pensar em uma sociedade livre de corrupção. Em diferentes graus, existem desvios de conduta administrativa em todos os governos. Não apenas em governos como também nos negócios privados. Para não ficarmos nos "casos locais", poderíamos citar a empresa Enron nos Estados Unidos. Assim portanto a existência de corrupção seria inerente em todas as sociedades. Já os antigos romanos nos deixaram em seus textos situações de má conduta na gestão dos negócios públicos. Alias a Antiga Roma faria Brasília e Washington parecerem amadores neste tipo de "negócio".
Mas se a presença da corrupção é inerente e natural por sermos humanos e falíveis, todos nós, com defeitos e virtudes, tudo isto embrulhado junto, temos a questão: como  minimizar esta praga, verdadeira doença das sociedades organizadas? Como diminui-la para podermos ter uma convivência mais harmoniosa sem crises institucionais? A resposta a esta pergunta, tal qual a Esperança da Caixa de Pandora, está a fazer o seu ruído nas paredes da caixa e a dizer: me deixem sair, para poder assim se não eliminar este problema, pelo menos irei minimiza-lo. A Esperança é na verdade a consciência da cidadania, algo que deve estar presente em cada membro da comunidade.
Os corruptos sabem as regras do jogo, e na verdade jogam dentro destas regras. Se estas regras forem lenientes, terão terreno firme para agirem. A necessidade de repressão a este tipo de atividade, em todos os níveis de governo, se torna assim prioridade em qualquer sociedade que se diga civilizada e amante da lei. Certamente o ladrão irá tomar muito mais cuidado e não roubar tanto se souber que a policia está vigilante, mais ainda, se os cidadãos alertam a policia para onde eles estão.
Este é portanto o exemplo a ser dado. Não de elementos com discurso vazio que na verdade eles próprios tem uma maneira de agir totalmente diferente da esperada. Nada podemos esperar destes elementos, tudo prometem e nada fazem, a não ser para eles mesmos. O exemplo tem de vir da comunidade, dos cidadãos, das instituições, para assim coibirem os ladrões, não só dos recursos da sociedade, mas principalmente ladrões das esperanças daqueles que trabalham duro para fornecer estes mesmos recursos que, sem esta vigilância, são tão facilmente surrupiados.
O exemplo deve vir assim de todos nós, do mais humilde ao maior dirigente: precisamos mostrar e demonstrar que chega de banditismo nas esferas de governo, que queremos um pais honrado e decente, que queremos um pais que possamos olhar uns nos olhos dos outros e termos orgulho dele.

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