Momento Complicado
Vendo o noticiário no
sábado à noite, dificilmente deixamos de ficar no mínimo estarrecidos e
surpresos com a enxurrada de noticias. Após vencer uma eleição super
disputada com uma margem de votos muito pequena, o governo se encontra às
voltas com problemas que parecem surgir do chão e que com certeza irão evoluir
de forma provavelmente muito negativa ao longo dos próximos meses.
Começando pela própria eleição. O
PSDB pediu e conseguiu uma auditoria no procedimento da mesma. Esta auditoria
está em curso. Qualquer que seja o resultado da investigação, certamente irá
ocorrer um clamor público pelo fim da urna eletrônica. Um sistema que não
permite a recontagem dos votos e que não mantem um registro em papel dos mesmos
é certamente passível de problemas. O mais provável é que se chegue a
um acordo para que o voto eletrônico seja também impresso quando o eleitor
votar e este voto impresso seria colocado pelo próprio eleitor em uma urna
lacrada. Em caso de suspeita, a recontagem seria feita nestes votos impressos;
Lamentavelmente o atual sistema não permite isto.
Um problemão com o desgaste imenso
que isto provocou foi a aprovação das regras para mudança das metas de
superavit do governo. Algo como mudar as normas da partida no final da mesma
para favorecer não um dos times mas o juiz e os bandeirinhas. Um prêmio de
cerca de R$ 700 mil foi lançado para “ajudar” os congressistas indecisos. Com a
tal PLN aprovada, ficamos com uma situação tipo “Day After” ou o dia seguinte, pois
corremos o risco de voltar a situação existente antes da Lei da
Responsabilidade Fiscal quando todos os níveis de governo, federal, estadual e
municipal, gastavam a rodo, deixando a conta para o governo seguinte. Com isto
poderemos ter de volta inflação e descrédito do estado brasileiro, coisa que
não interessa para ninguém, em nenhum ponto do espectro político, seja direita,
esquerda ou centro.
Como se isto não bastasse, temos
o escândalo da Petrobras, ou Petrolão, como está ficando conhecido.
Tal qual uma bola de neve que vai rolando morro abaixo, aumentando de
tamanho e arrastando tudo ao seu redor, a “bola Petrolão” parece não ter fim,
crescendo de tamanho a cada dia, com mais e mais pessoas e empresas aparecendo
envolvidas. No noticiário, no sábado, foi dito que até arma na cabeça de
uma executiva da Petrobras (mais ameaças à filha da mesma) já foi
usado como “instrumento de motivação”. Certamente toda esta situação é
bastante complicada para o governo. Não é por acaso que fora as declarações de
algumas empresas de que “estão colaborando” ativamente, quase ninguém quis
prestar declaração sobre o assunto.
A situação já atravessou as
fronteiras com ações sendo movidas contra a Petrobras nos Estados Unidos. Não é
surpresa que as ações da mesma estejam num nível extremamente baixo. Com o
preço do petróleo no mercado internacional baixando a níveis muito baixos, por
uma série de motivos, todo o esforço para a extração do óleo do pré-sal ficará,
pelo menos por um tempo razoável, comprometido. A pergunta que fica é, se no
final das contas, a tal refinaria em Pernambuco e as plataformas de extração do
pré-sal tem rentabilidade econômica ou se a conta irá ser paga no final pelos
contribuintes. Afinal na hora do lucro da Petrobras, temos a privatização dos
ganhos, mas na hora do prejuízo, temos a socialização das perdas.
Com as ameaças de toda esta estória
acabar indo, como parece ir, para outros setores como Eletrobras, fica a
pergunta de qual será o tamanho de tudo isto. Ficamos, depois dos choques
iniciais, anestesiados com os valores, afinal, é bilhão para cá, bilhão para
lá. Parece até que estamos pegando uns trocados para comprar uns pãezinhos na
padaria. O dano à imagem do Estado Brasileiro já está feita e para que esta
imagem se recomponha, pelo menos no médio prazo, é necessário que estas
investigações cheguem ao fim com resultados plausíveis de punição a todos os
culpados envolvidos.
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