Educação e Desenvolvimento
Existe um consenso no Brasil. Pelo menos em uma
coisa estamos todos de acordo: A mudança do nosso pais para melhor passa pela
escola. Do jardim de infância ao doutorado, tanto em qualidade como em
quantidade, resultados positivos são a busca dos gestores governamentais de
todos os níveis. Obviamente que os investimentos em educação, tanto em
infraestrutura como nos professores e pessoal de apoio são imprescindíveis. Sem
eles, nem sequer teríamos o que debater.
Mas assim como temos nos produtos comerciais o “pós
venda”, também temos o “pós escola”. Peço desculpas ao leitor por talvez estar
inventando o termo, mas não vejo nada melhor para descrever a situação da busca
de trabalho, particularmente por aquele elemento humano, que após anos de
estudo e dedicação, vai em busca do seu primeiro emprego. Assim como precisamos
de uma política educacional, é de suma necessidade a geração de novos postos de
trabalho. Com estes novos postos de trabalho, a disputa pelos trabalhadores traria
no seu bojo, através das leis do mercado, o aumento dos salários naturalmente
sem nenhuma necessidade de “leis” ou “decretos”.
Na atual situação, bastante preocupante diga-se de
passagem, da economia brasileira, mesmo um aumento de 0,1 % no PIB do trimestre
é comemorado como “vitória” por diversos setores. A mensagem é clara: pelo
menos por enquanto estamos escapando de uma recessão descomunal da qual seria
difícil, muito difícil a saída, fora as quebradeiras, desemprego, arrojo salarial,
queda na arrecadação, etc. Com o esgotamento do atual modelo econômico que
priorizou o crescimento econômico baseado em aumento do consumo das famílias
via crédito fácil, um novo direcionamento se torna necessário, desta vez
baseado em investimentos, particularmente na área de produção.
Do ponto de vista histórico, em relação a outros países como China e Índia, ficamos bem para trás. Apresentamos resultados de
crescimento pífios, em claro contraste principalmente com a China. Coisa de 10
a 1, pior que a derrota contra a Alemanha. O termo “recessão técnica” já vinha
sendo empregado por alguns economistas para descrever o nosso desempenho
econômico em comparação ao resto do mundo. Menor crescimento, em alguns anos
perto de zero, significa que poucos empregos de qualidade, se algum, estão
sendo criados, e inclusive temos corrido o risco de entrarmos em um processo de
desindustrialização.
Uma clara política industrial, com menos ênfase
ideológica e mais pragmatismo, precisa ser aplicada urgentemente. Não podemos
ser os gandulas da economia mundial, nem sequer merecemos este papel. Se algum
economista de viés menos liberal e mais dirigista-estatal achar que precisamos
continuar “no atual rumo”, seria interessante lembrar que é da China comunista
de onde veio a expressão: “não importa a cor do gato, contando que pegue
ratos”. Se alguém duvidar destas palavras, sugiro que veja fotos de Shangai à
noite no Google. Uma clara mudança na política industrial brasileira se faz necessária, se quisermos pegar os nossos ratos, ou seja, termos investimento
econômico. Com o virtual esgotamento da capacidade de investimento do estado
brasileiro, incentivos e desregulamentação são importantes para atrair capitais
privados. Desoneração fiscal se torna algo de prioridade absoluta! Ou então
podemos nos dar ao luxo de continuarmos a ver o capital produtivo, de
investimentos e não de especulação, fluindo para o Extremo Oriente, ou seja
China, Índia, Coreia do Sul, etc.
Concluindo, certamente uma política educacional
firme, incluindo melhores condições de trabalho e maiores salários é
extremamente essencial, mas certamente uma política firme de atração de
investimentos produtivos (não especulativos) é também super necessária para não
só evitarmos uma recessão que ainda pode se tornar real como também criarmos os
tão necessários empregos de qualidade, onde exatamente toda esta educação e
treinamento são importantes.
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