terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Educação e Desenvolvimento / Folha do Sul - 1.Dezembro.2014



Educação e Desenvolvimento

Existe um consenso no Brasil. Pelo menos em uma coisa estamos todos de acordo: A mudança do nosso pais para melhor passa pela escola. Do jardim de infância ao doutorado, tanto em qualidade como em quantidade, resultados positivos são a busca dos gestores governamentais de todos os níveis. Obviamente que os investimentos em educação, tanto em infraestrutura como nos professores e pessoal de apoio são imprescindíveis. Sem eles, nem sequer teríamos o que debater.
Mas assim como temos nos produtos comerciais o “pós venda”, também temos o “pós escola”. Peço desculpas ao leitor por talvez estar inventando o termo, mas não vejo nada melhor para descrever a situação da busca de trabalho, particularmente por aquele elemento humano, que após anos de estudo e dedicação, vai em busca do seu primeiro emprego. Assim como precisamos de uma política educacional, é de suma necessidade a geração de novos postos de trabalho. Com estes novos postos de trabalho, a disputa pelos trabalhadores traria no seu bojo, através das leis do mercado, o aumento dos salários naturalmente sem nenhuma necessidade de “leis” ou “decretos”.
Na atual situação, bastante preocupante diga-se de passagem, da economia brasileira, mesmo um aumento de 0,1 % no PIB do trimestre é comemorado como “vitória” por diversos setores. A mensagem é clara: pelo menos por enquanto estamos escapando de uma recessão descomunal da qual seria difícil, muito difícil a saída, fora as quebradeiras, desemprego, arrojo salarial, queda na arrecadação, etc. Com o esgotamento do atual modelo econômico que priorizou o crescimento econômico baseado em aumento do consumo das famílias via crédito fácil, um novo direcionamento se torna necessário, desta vez baseado em investimentos, particularmente na área de produção.
Do ponto de vista histórico, em relação a outros países como China e Índia, ficamos bem para trás. Apresentamos resultados de crescimento pífios, em claro contraste principalmente com a China. Coisa de 10 a 1, pior que a derrota contra a Alemanha. O termo “recessão técnica” já vinha sendo empregado por alguns economistas para descrever o nosso desempenho econômico em comparação ao resto do mundo. Menor crescimento, em alguns anos perto de zero, significa que poucos empregos de qualidade, se algum, estão sendo criados, e inclusive temos corrido o risco de entrarmos em um processo de desindustrialização.
Uma clara política industrial, com menos ênfase ideológica e mais pragmatismo, precisa ser aplicada urgentemente. Não podemos ser os gandulas da economia mundial, nem sequer merecemos este papel. Se algum economista de viés menos liberal e mais dirigista-estatal achar que precisamos continuar “no atual rumo”, seria interessante lembrar que é da China comunista de onde veio a expressão: “não importa a cor do gato, contando que pegue ratos”. Se alguém duvidar destas palavras, sugiro que veja fotos de Shangai à noite no Google. Uma clara mudança na política industrial brasileira se faz necessária, se quisermos pegar os nossos ratos, ou seja, termos investimento econômico. Com o virtual esgotamento da capacidade de investimento do estado brasileiro, incentivos e desregulamentação são importantes para atrair capitais privados. Desoneração fiscal se torna algo de prioridade absoluta! Ou então podemos nos dar ao luxo de continuarmos a ver o capital produtivo, de investimentos e não de especulação, fluindo para o Extremo Oriente, ou seja China, Índia, Coreia do Sul, etc.
Concluindo, certamente uma política educacional firme, incluindo melhores condições de trabalho e maiores salários é extremamente essencial, mas certamente uma política firme de atração de investimentos produtivos (não especulativos) é também super necessária para não só evitarmos uma recessão que ainda pode se tornar real como também criarmos os tão necessários empregos de qualidade, onde exatamente toda esta educação e treinamento são importantes.

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