Escolha e Novos Rumos
Fim da caminhada da campanha, pelo menos para o
primeiro turno. Teremos a escolha do eleitorado, ou pelo menos saberemos a
tendência, até meia noite. Como em todas as eleições, um momento de decisão
para a comunidade. Uma mudança importante no pais em relação ao passado é a
ausência de ameaças físicas ou mesmo agressões, pelo menos no noticiário. Um
total contraste com o Brasil de meros cinquenta anos atrás. Certamente tivemos
bastante progresso desde então e não apenas isso.
Na época da ditadura, havia a exigência em Minas
Gerais do título eleitoral para se obter licença de caça. Ninguém podia dizer
então que o título era inútil de todo. Pelo menos em Minas Gerais na época
servia para ir pegar bicho no mato. Com diversas eleições consolidadas, com a
alternância dos partidos e a estabilidade política de já algumas décadas,
podemos dizer que, pelo menos no nível de escolha democrática, conseguimos
alcançar a maturidade necessaria para uma civilização moderna e hoje em dia um
título de eleitor é bem mais que uma formalidade burocrática.
Um grande avanço foi a votação em dois turnos para
cargos do executivo. Anteriormente um candidato poderia se eleger com uma
minoria dos votos. O sistema em dois turnos eliminou esta possibilidade gerando
assim mais legitimidade na escolha. Talvez este sistema devesse ser estendido
também para a escolha para o Senado devido ao menor número de vagas e também de
candidatos, deixando assim o eleitor mais livre para fazer a sua escolha no
primeiro turno.
A urna eletrônica, se cercada de todos os cuidados,
é realmente outro avanço. Apenas as chances de fraude, ou desvirtuamento por
hackers ou vírus, estarão, nestes tempos modernos, sempre presentes.
Aparentemente, pelo menos na presente eleição, todos os cuidados foram tomados
no máximo da capacidade do Tribunal Eleitoral.
As pesquisas ajudaram e atrapalharam. Talvez a
melhor situação de constrangimento tenha sido exatamente na eleição para
senador pela necessidade de se votar em um terceiro candidato para evitar que
um candidato “rejeitado” se elegesse. Mas é fato que as pesquisas influenciaram
em mais de uma escolha na cédula.
Uma mudança que continua na lista de espera é o fim
do voto obrigatório. Será necessário uma atitude mais forte para que os nossos
políticos eleitos reconheçam que votar é dever, mas não pode ser levado ao
nível de obrigação, com penalidades se não exercido. Aliás mais que dever, é um
direito de cidadania, mas deveria ser facultativo para deixar a liberdade de
escolha ao eleitor, inclusive a liberdade de ir ou não votar.
Se as tendências mostradas pelas pesquisas se
confirmarem, teremos dois turnos tanto a nível federal como estadual. Em ambas
as situações aparentemente iremos ter um debate entre os atuais governantes e a
oposição e com isso decidirmos se iremos querer manter a atual política ou
mudar a mesma. Independente de quem será o oponente dos atuais detentores do
poder, certamente o debate irá ser ferrenho e provavelmente irão ocorrer
cobranças de todos os candidatos, situação ou oposição. Uma coisa é certa, cada
voto será disputado, palmo a palmo, e não seria surpresa se no segundo turno a
diferença entre os candidatos ser de menos de um porcento no resultado final.
Mas por enquanto a disputa, tanto para presidente
como para governador, é pelo segundo lugar para ter um lugar no segundo turno. Neste
segundo turno o desafio dos governistas será convencer parte do eleitorado,
cerca de dez porcento a nível federal e vinte porcento a nível estadual a
fazerem o que não quiseram no primeiro turno, ou seja, votar na situação. O
desafio dos oposicionistas será obter uma frente unida de oposição. Ambas as
tarefas são aparentemente enormes, muito difíceis e complicadas, mesmo para
marketeiros experientes.
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