segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Escolha e Novos Rumos / Folha do Sul - 6.Outubro.2014



Escolha e Novos Rumos

Fim da caminhada da campanha, pelo menos para o primeiro turno. Teremos a escolha do eleitorado, ou pelo menos saberemos a tendência, até meia noite. Como em todas as eleições, um momento de decisão para a comunidade. Uma mudança importante no pais em relação ao passado é a ausência de ameaças físicas ou mesmo agressões, pelo menos no noticiário. Um total contraste com o Brasil de meros cinquenta anos atrás. Certamente tivemos bastante progresso desde então e não apenas isso.
Na época da ditadura, havia a exigência em Minas Gerais do título eleitoral para se obter licença de caça. Ninguém podia dizer então que o título era inútil de todo. Pelo menos em Minas Gerais na época servia para ir pegar bicho no mato. Com diversas eleições consolidadas, com a alternância dos partidos e a estabilidade política de já algumas décadas, podemos dizer que, pelo menos no nível de escolha democrática, conseguimos alcançar a maturidade necessaria para uma civilização moderna e hoje em dia um título de eleitor é bem mais que uma formalidade burocrática.
Um grande avanço foi a votação em dois turnos para cargos do executivo. Anteriormente um candidato poderia se eleger com uma minoria dos votos. O sistema em dois turnos eliminou esta possibilidade gerando assim mais legitimidade na escolha. Talvez este sistema devesse ser estendido também para a escolha para o Senado devido ao menor número de vagas e também de candidatos, deixando assim o eleitor mais livre para fazer a sua escolha no primeiro turno.
A urna eletrônica, se cercada de todos os cuidados, é realmente outro avanço. Apenas as chances de fraude, ou desvirtuamento por hackers ou vírus, estarão, nestes tempos modernos, sempre presentes. Aparentemente, pelo menos na presente eleição, todos os cuidados foram tomados no máximo da capacidade do Tribunal Eleitoral.
As pesquisas ajudaram e atrapalharam. Talvez a melhor situação de constrangimento tenha sido exatamente na eleição para senador pela necessidade de se votar em um terceiro candidato para evitar que um candidato “rejeitado” se elegesse. Mas é fato que as pesquisas influenciaram em mais de uma escolha na cédula.
Uma mudança que continua na lista de espera é o fim do voto obrigatório. Será necessário uma atitude mais forte para que os nossos políticos eleitos reconheçam que votar é dever, mas não pode ser levado ao nível de obrigação, com penalidades se não exercido. Aliás mais que dever, é um direito de cidadania, mas deveria ser facultativo para deixar a liberdade de escolha ao eleitor, inclusive a liberdade de ir ou não votar.
Se as tendências mostradas pelas pesquisas se confirmarem, teremos dois turnos tanto a nível federal como estadual. Em ambas as situações aparentemente iremos ter um debate entre os atuais governantes e a oposição e com isso decidirmos se iremos querer manter a atual política ou mudar a mesma. Independente de quem será o oponente dos atuais detentores do poder, certamente o debate irá ser ferrenho e provavelmente irão ocorrer cobranças de todos os candidatos, situação ou oposição. Uma coisa é certa, cada voto será disputado, palmo a palmo, e não seria surpresa se no segundo turno a diferença entre os candidatos ser de menos de um porcento no resultado final.
Mas por enquanto a disputa, tanto para presidente como para governador, é pelo segundo lugar para ter um lugar no segundo turno. Neste segundo turno o desafio dos governistas será convencer parte do eleitorado, cerca de dez porcento a nível federal e vinte porcento a nível estadual a fazerem o que não quiseram no primeiro turno, ou seja, votar na situação. O desafio dos oposicionistas será obter uma frente unida de oposição. Ambas as tarefas são aparentemente enormes, muito difíceis e complicadas, mesmo para marketeiros experientes.

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