Hoje
a nossa tão querida região do Pampa, em particular Bagé e municipios vizinhos,
vive um momento de transição. Após toda uma epopéia, digna de filmes, durante a
qual ocorreu a instalação de toda uma estrutura urbana (incluindo-se ai um
comércio ativo, forte e vibrante), estamos hoje a enfrentar novos desafios de
que rumos iremos tomar nesta nossa caminhada! Um destes grandes desafios é
encontrarmos novas vocações econômicas. Mas que vocações seriam estas? Texto
após texto, relatórios, oficiais ou não, sugerem, apontam, descrevem,
argumentam o que chamam de “decadência local”. De fato muitas atividades
“tradicionais” perderam a importância ou mesmo fecharam. Mas isto ocorre pelos mais
diversos motivos, não necessariamente por causa de algum destino inevitável da
região. Esta transição econômica não ocorre sómente no Pampa e quem percorre
grandes capitais mundo afora pode verficar o mesmo fenômeno.
Toda essa mudança traz
junto com ela aquele sentimento “coletivo” de que caimos em uma “armadilha
histórica” da qual nunca sairemos, de uma crise sem saída. Estas visões
apocalíticas sempre foram comuns em diferentes comunidades e em diferentes
momentos. Faz-se necessário olhar esta situação com uma outra perspectiva e
poderemos ver um cenário radicalmente diferente. Assim onde se pensa haver
estagnação, é ai mesmo que temos possibilidades e oportunidades! A vibração com
que a comunidade local toca projetos e empreendimentos demonstra isso. Além de
uma ativa agro-pecuária, temos a area comercial, os empreendimentos
imobiliarios e a area de serviços, para citar alguns dos pontos mais fortes
desta nossa comunidade da fronteira.
Toda uma
infra-estrutura foi construida em torno destas atividades: comunicações,
transporte, educação, serviços médicos, etc. Hoje o grande salto para o futuro
deverá ser feito tirando vantagens desta infra-estrutura, da mão de obra
disponivel e das matérias primas locais. Em outras palavras, temos que nos
direcionar e focar para as nossas vocações. Certamente seria contraprodutivo incentivar
a instalação de industrias que utilizem insumos ou mão de obra não existentes
localmente! As grandes oportunidades se transformarão em conquistas por aqueles
empreendedores que souberem ver a imensa potencialidade, até aqui mal ou até
mesmo não explorada, dos imensos recursos humanos e matérias primas locais.
Exemplos disto não faltam: carvão, cerâmica, energia eólica, oleos vegetais,
etc. A instalação destas indústrias na região trará a tão desejada dinamização
e integração da economia e junto com elas um mercado mais amplo e mais
profundo. Tal mercado reforçaria os setores já existentes (agro-pecuária,
comércio, serviços, etc) criando as condições para um crescimento econômico
sadio e auto-sustentavel. O setor público seria outro a lucrar com este
crescimento.
Hoje todas as condições
estão maduras para esta nova etapa da história da nossa região, um passo que
será a ponte entre um passado glorioso e um futuro que já se delineia
brilhante. Visão e ousadia, que sempre foram uma forte marca do Pampa, mais do
que nunca serão os guias que nos norterarão nesta arrancada para o futuro.
Folha do Sul Gaucho - 9 de Julho de 2012
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